Política de saúde

473 novos internos ingressam na especialidade

Em 2016:

Iniciaram-se no dia 5 de janeiro as primeiras receções aos novos internos de Medicina Geral e Familiar (MGF) no território nacional, nomeadamente em Lisboa e Vale do Tejo (LVT), Centro e Algarve. Trata-se de um primeiro momento de trabalho, reflexão conjunta e projeção daquilo que acontecerá ao longo de quatro anos de intensa aprendizagem e entronização na especialidade.

Lisboa dá as boas-vindas a 162 jovens médicos

Iniciam esta semana a sua formação profissional mais de 1569 jovens médicos de todas as especialidades. Este ano, as mais preenchidas foram a MGF, com 473 internos, seguida da Medicina Interna, com 201 lugares.

Na cerimónia de receção aos 162 internos de MGF da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), que decorreu na Aula Magna da Faculdade de Medicina de Lisboa, Isabel Santos, Coordenadora do Internato Médico de MGF da Região de Lisboa e Vale do Tejo, salientou que o Internato é “um ciclo de vida de aprendizagem e treino que atravessa diferentes fases, num crescendo intenso e complexo”. O locus de oportunidade formativa no decurso do programa do Internato é externo porque depende do programa e do contexto, mas é também interno porque depende da procura de cada interno. “Espero que tenham incorporado os valores da Medicina Geral e Familiar quando chegarem ao fim da formação”, adiantou aquela responsável, sublinhando que o profissionalismo “não tem só como base a competência clínica, mas também a responsabilidade e o altruísmo, a vontade de ajudar as outras pessoas”.


     


Numa breve apresentação da ARSLVT, Luís Pisco referiu que os objetivos estratégicos da ARS passam, nomeadamente, por promover a melhoria da saúde da população, reforçar o sistema de saúde e garantir um Serviço Nacional de Saúde sustentável e bem gerido. Nesse âmbito, assinalou que “a sustentabilidade do SNS é fundamental para a sua sobrevivência, devendo, no entanto, a mesma ser assegurada através da valorização da importância da saúde e da eficiência dos serviços”. A aposta na melhoria da gestão “é determinante”, potenciando “a eficiência e combatendo o desperdício, valorizando os seus recursos humanos, ao nível da formação e do seu aperfeiçoamento profissional”. Para Luís Pisco, é igualmente relevante “a inovação ao nível da organização dos cuidados de saúde, particularmente nos cuidados de saúde primários, já em curso”.

Na perspetiva do vice-presidente da ARSLVT, há um conjunto de questões cujo desenvolvimento é imprescindível para o fortalecimento dos CSP: uma visão governamental clara do futuro deste nível de cuidados, proteção da equidade do acesso, regimes remuneratórios adequados, planificação dos recursos humanos para evitar carências futuras e ainda a melhoria da coordenação e articulação entre níveis de cuidados.

A cerimónia de receção aos internos contou ainda com a presença de João Paulo Farias (presidente do Conselho Nacional do Internato Médico), Rui Portugal (diretor executivo do Plano Nacional de Saúde), Pereira Miguel, (Diretor do Instituto de Medicina Preventiva e Saúde Pública da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa) , bem como de representantes da Comissão de Internos da ARSLVT e da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF). As vantagens de pertencer à Associação foram salientadas pelo vice-presidente, Jorge Brandão, Ana Nunes Barata (coordenadora do Departamento de Internos e Jovens Médicos de Família) e Cristiano Figueiredo, do mesmo departamento. André Tomé, editor da Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (RPMGF), fez a apresentação da política editorial da revista, salientando que “a produtividade científica é essencial para a evolução do conhecimento” e deixando o convite para os novos internos de MGF submeterem artigos, com um foco especial para os trabalhos de investigação.

Centro acolhe 81 internos

Este ano, a Administração Regional de Saúde do Centro recebeu no Auditório do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra 81 novos internos de MGF, mais dez do que em 2015. “Temos feitos esforços significativos para manter uma formação de excelência, sem beliscar a sua qualidade e independentemente do número exagerado de internos para as nossas capacidades com que temos de lidar. Há que dizer, a este propósito, que dependemos da compreensão dos orientadores e dos internos e somos forçados a ter muita imaginação para darmos a volta ao texto e conseguirmos planificar a formação sem percalços”, garante o Coordenador do IM de MGF da Região Centro, Rui Nogueira.


     


O mesmo dirigente assegura que o grupo de novos internos que ingressa na especialidade em 2016 mostrar um enorme potencial para reforçar as hostes da MGF: “pareceram-me muito atentos, interessados, pouco ansiosos. Fiquei com uma ótima impressão!”.

Nesta jornada de receção da Região Centro, para além de várias sessões dedicadas à apresentação de entidades e grupos que terão um papel importante na vida destes jovens médicos, nos próximos anos, da explicitação de vertentes importantes, como a organização do IM de MGF, do programa de formação, plano de estágios e plano individual de formação, os novos internos tiveram a possibilidade de ouvir uma palestra proferida por José Manuel Portugal, especialista em Comunicação e «mass media». Na ocasião, o comunicólogo explicou por que motivo as suas palavras eram relevantes para quem inicia um percurso profissional na mais humana das especialidades clínicas: “vocês podem ser excelentes profissionais, do ponto de vista técnico, mas se não conseguirem comunicar com os vossos doentes, serão inconsequentes”.


     

Alentejo com 18 novos internos de MGF e na esperança de que alguns possam ficar de vez

Na Região do Alentejo, a receção aos novos internos do 1º ano do IM de MGF foi feita na sede da ARS do Alentejo, em Évora. Neste ano de 2016, entram na região 18 novos internos na especialidade, mais um do que no ano passado.
Durante a sessão de receção, o Coordenador do IM de MGF na ARS do Alentejo, Arquimínio Eliseu, recordou aos jovens colegas que daqui em diante deveriam contar, em primeira linha, com o apoio inestimável do seu orientador, já que no seio do IM “a relação entre interno e orientador é como uma conversa permanente”, que convém atualizar, alimentar e trabalhar.

Neste primeiro encontro entre o Coordenador, os Diretores de Internato e os Internos, foi também explicitado que embora o subsite do IM no Alentejo, (enquadrado no website da ARS do Alentejo) disponibilize apenas por ora informação legal e de contexto sobre o internato, em breve deverá tornar-se um plataforma que agilizará a comunicação entre todos intervenientes: “os documentos fundamentais estão criados, pelo que agora trata-se apenas de aferir as questões técnicas e operacionalizar a forma de os colocar no site, algo que deverá acontecer nas próximas semanas”, adiantou Arquiimínio Eliseu.


     


Aquele responsável tem consciência de que provavelmente muitos dos internos que iniciam agora a sua formação pós-graduada no Alentejo poderão não ficar vinculados à ARS do Alentejo, no futuro. Contudo, sublinha também que em muitos outros locais do país as colocações passarão a ser bem mais raras em anos vindouros e que muitas vezes os médicos oriundos de outras paragens, quando imersos no ambiente de prestação de cuidados característico das unidades de saúde do Alentejo, acabam por ficar, contribuindo para superar as lacunas de recursos humanos em algumas zonas da Região.

Ainda a este propósito, a Presidente da Comissão Regional do Internato Médico do Alentejo, Maria Tereza Lopes, deixou aos novos internos uma mensagem com muito significado: “contem connosco, porque daqui a algum tempo seremos nós a contar convosco”.

Internos de MGF da Região Norte realizaram o Juramento de Hipócrates

Cento e oitenta internos da ARS Norte prestaram, no passado dia 7 de janeiro, o Juramento de Hipócrates, no âmbito da receção aos internos que decorreu no auditório do Hospital Magalhães Lemos. À margem da cerimónia de receção, Maria da Luz Loureiro, Coordenadora do Internato Médico de MGF da Zona Norte, salientou o trabalho em equipa realizado entre a Coordenação e os diretores de Internato: “é uma equipa de gente muito trabalhadora, honesta, que sabe o que faz, respeita os Internatos e ouve os internos. Eu sou apenas o maestro”. Além de 16 diretores de Internato, a Coordenação conta com um total de 465 orientadores de formação.

Na sua intervenção, aquela responsável deixou aos jovens médicos uma mensagem de ânimo e de esperança. “A Coordenação recebe-vos de braços abertos, ajudar-vos-á e defenderá em tudo, porque sabe não só quais são os vossos direitos mas também os vossos deveres enquanto médicos”, frisou.


     


De acordo com Maria da Luz Loureiro, todas as vagas da Zona Norte foram preenchidas. Em 2016, o número de internos de MGF é um pouco menor relativamente a 2015 porque não foi possível aumentar mais as capacidades formativas. “Não tanto pela Medicina Geral e Familiar – USF e UCSP – mas porque, ao nível dos estágios obrigatórios, não existe capacidade nos hospitais para os receber”, esclareceu.

A cerimónia foi presidida por Rui Cernadas, vice-presidente da ARS Norte, e Lurdes Sousa, em representação do Colégio de Medicina Geral e Familiar da Ordem dos Médicos.

A Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF) esteve representada por Luís Pinho Cota, que divulgou junto dos futuros médicos de família as atividades e vantagens de pertencerem à Associação.

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