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7ª Conferência de Formação APMGF lançou propostas para o futuro

Grupos de trabalho centraram-se na mudança

A APMGF realizou a sua «7ª Conferência de Formação» na Praia da Consolação (Peniche). No arranque da iniciativa, pensada como um fórum de ideias a maturar e desenvolver para a melhoria da formação (pré-graduada, pós-graduada e contínua) em MGF, o presidente da APMGF, João Sequeira Carlos, relembrou que “está no ADN da Associação ser uma organização de projetos e que, na área da formação, esta filosofia é de capital relevância”.
 
Recordando que a primeira edição da «Conferência de Formação», realizada em Évora no ano de 1984, já propunha reflexões sobre as três componentes mencionadas, mas também sobre a formação multidisciplinar, João Sequeira Carlos garantiu que tal facto revela o carácter visionário da Associação, numa altura em que poucos sonhavam com unidades dos cuidados de saúde primários cuja atividade é desenvolvida por equipas nas quais convivem múltiplos perfis profissionais.

    

O coordenador da Conferência, Victor Ramos, sublinhou tudo aquilo que foi conquistado entre 1984 e 2014, com a ajuda destas iniciativas e do labor associativo: “em 1984, pensar em 25 doutorados oriundos da MGF e na existência de um departamento de Medicina Geral e Familiar em cada escola médica era um sonho. Um sonho que se tornou realidade”.

 
Para esta Conferência em particular, Victor Ramos pediu aos cerca de 50 participantes que se concentrassem na procura de soluções concretas, que a APMGF e cada um dos médicos de família no seu local de trabalho possam levar a bom porto em 2015 e que contribuam para avanços ao nível da formação. “Queremos definir ações e contributos que possam ser desencadeados e controlados por nós, no próximo ano, não reivindicações para entregar a terceiros”, avançou Vítor Ramos.
 
Antevendo a chegada de um novo ciclo político para breve, o coordenador da Conferência recordou que a APMGF sempre conseguiu persuadir as sucessivas tutelas a introduzirem medidas tendentes à melhoria da prestação de cuidados e à capacitação e qualificação dos médicos de família em fases de transição, pelo que este é o momento certo para afinar conceitos, redigir propostas e indicar novos caminhos.

     

Ainda na sessão de abertura da «7ª Conferência de Formação APMGF», o representante do Bastonário da Ordem dos Médicos, Sérgio Ribeiro, recordou uma transformação fundamental (e recente) que abalou a prática diária dos médicos de família e condicionou todas as dimensões de formação que o possam envolver: “pela primeira vez em 35 anos de SNS, temos um ministro da saúde que aumenta as listas dos médicos de família para 1900 utentes. Com este número de utentes e indicadores colocados na fasquia em que hoje se encontram, não chegariam 55 horas semanais de trabalho para responder aos desafios”.

     


Logo após a apresentação da ordem de trabalhos, os participantes dividiram-se por três grupos e deram os primeiros sinais de que poderá nascer, a partir desta experiência de diálogo interpares, um valioso conjunto de sugestões para a melhoria da qualidade da formação no seio da especialidade. Depois da apresentação das conclusões dos grupos de trabalho em sessão plenária e uma vez finda a reunião, deverá iniciar-se um processo de depuração de todo o pensamento gerado ao longo dos dois dias da Conferência, cujo desfecho final será um relatório a publicar nos próximos meses. Desse relatório constará uma verdadeira “agenda” da APMGF para o contexto da formação.

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