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Cidadãos com menores recursos têm acesso dificultado à Saúde

Relatório de Primavera 2017 do OPSS:

Foi apresentado no dia 28 de junho, na Fundação Calouste Gulbenkian, o Relatório de Primavera de 2017, da responsabilidade do Observatório Português dos Sistemas de Saúde – OPSS – este ano intitulado «Viver em Tempos incertos. Sustentabilidade e Equidade na Saúde».

Segundo o relatório, os mais pobres em Portugal continuam a ter menos acesso a consultas externas nos hospitais, a serviços de saúde oral e mental, bem como a medicamentos. Tendo por base dados de 2014 e 2015, o observatório indica que as “barreiras no acesso aos cuidados de saúde permanecem relevantes em Portugal”, sendo muito marcadas por fatores socioeconómicos.

Na análise dos indicadores de saúde da população portuguesa a partir do último relatório da OCDE (finais de 2016), os autores evidenciam que, apesar das melhorias substanciais no estado de saúde da população portuguesa, “as desigualdades de género, geográficas/territoriais e socioeconómicas persistem”.

Da mesma forma, garantem que “para se manterem saudáveis os portugueses gastam muito mais que a maioria dos europeus, já que se mantém a diminuição do financiamento público da saúde e o aumento das despesas «out of pocket» (pagamentos diretos) por parte da população”.

O Observatório faz uma comparação com os restantes países da Europa ao nível das dificuldades de acesso à saúde e concluiu que Portugal não tem maiores barreiras, mas são mais marcadas do ponto de vista económico e de restrições financeiras.

Os autores do Relatório de Primavera defendem também a dispensa de medicamentos contra o cancro em farmácia comunitária, como está previsto para o VIH/SIDA, o que iria “facilitar o acesso dos doentes a este tipo de medicação”.

No capítulo sobre a sustentabilidade do SNS, os relatores começam por afirmar que não conhecem “nenhum estudo sobre a sustentabilidade do sistema de saúde português que abranja todas as dimensões”. Apesar destas limitações, a análise concluiu, “com alguma segurança, que o sistema de saúde português é eficiente”.

Pode consultar o Relatório da Primavera 2017 na íntegra aqui.

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