XVI Encontro MGF Alto Minho
Cerca de 300 médicos de família e internos da especialidade estiveram reunidos entre 4 e 6 de junho, em Monção, para mais uma edição do Encontro de MGF do Alto Minho, organizado pela Delegação Distrital de Viana do Castelo da APMGF com a colaboração do Centro de Saúde de Monção/Direção de Internato Ricardo Jorge e o apoio da Câmara Municipal de Monção.
A sessão de abertura contou com a presença de Alberto Pinto Hespanhol, em representação do Bastonário da Ordem dos Médicos, Franklim Ramos, presidente da Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM), Augusto Domingues, presidente da Câmara Municipal de Monção e António Henrique Martins Ribeiro, representante da comissão organizadora do XVI Encontro.
Alberto Pinto Hespanhol considera que “o nosso dia a dia é cada vez mais complexo e trabalhoso”, daí que “a formação é essencial para proporcionar a qualidade de cuidados que desejamos para os nossos utentes”. As Jornadas de MGF do Alto Minho são, na sua opinião, “a prova da vivacidade da Medicina Geral e Familiar nesta região do país”.
Esta é também a visão do presidente da ULS do Alto Minho. De acordo com dados recentes, “pudemos demonstrar que, nos últimos nove anos, se verificou uma diminuição da taxa de mortalidade, em particular nalgumas patologias onde era muito relevante, como o enfarte do miocárdio e AVC”. Considerando que estes resultados “se devem ao trabalho de todos”, Franklim Ramos entende que constituem, em si, um fator de motivação dos médicos de família.
No primeiro dia de trabalhos do Encontro, o burnout dos profissionais dos cuidados de saúde primários dominou as atenções, através da conferência de Fernanda Jorge, psicóloga clínica do agrupamento de centros de saúde (ACES) Gondomar. Na sua perspetiva, o burnout é “um esforço desumano para o indivíduo se manter humano”. Para impedi-lo, “há que humanizar as relações, premiar as pessoas com confiança, solidariedade, fomentando o diálogo e a reflexão. Caso contrário, o burnout vai continuar a fazer estragos”.
Nesse âmbito, é sua convicção de que “as organizações têm mesmo que entender que a saúde dos profissionais é um valor estratégico e que precisam de incrementar os recursos laborais, de forma a prevenir os riscos psicossociais, ampliar a qualidade do trabalho e do potencial humano que têm”.