3ªs Jornadas do GRESP
As 3ªs Jornadas do Grupo de Estudos de Doenças Respiratórias/GRESP, da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF), a decorrer no Hotel VIP Executive Villa Rica, em Lisboa, reuniram 419 profissionais, mais do dobro da edição anterior. De acordo com o coordenador, Rui Costa, “os nossos objetivos foram atingidos, fruto do empenho do grupo ao longo dos anos e da implementação que tem na Medicina Familiar”.
O GRESP tem uma voz e um papel ativo relativamente à definição da política de saúde respiratória em Portugal, reconheceu Cristina Bárbara, diretora do Programa Nacional para as Doenças Respiratórias (PNDR) da Direção-Geral da Saúde, na cerimónia de abertura das jornadas: “ o GRESP tem sido um aliado fundamental para a implementação do PNDR”. Outro aspeto apontado por aquela responsável diz respeito ao “enorme dinamismo” do grupo e à sua intensa atividade de formação e investigação.
Também Jorge Brandão, vice-presidente da APMGF, assinalou que o GRESP, “como grupo de trabalho da nossa Associação dedicado ao estudo e ao desenvolvimento de métodos diagnósticos e de aperfeiçoamento diagnóstico e terapêutico na área das doenças respiratórias, destaca-se claramente relativamente a outros grupos de estudo da APMGF”.
Por seu turno, Henrique Botelho, coordenador nacional para a reforma do Serviço Nacional de Saúde para a área dos cuidados de saúde primários, salientou que, ao longo dos últimos anos, “a dinâmica da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar não para de crescer”.
O médico de família referiu ainda que relançar a reforma dos cuidados de saúde primários significa “qualificar a prestação dos médicos de família, qualificar a Medicina Geral e Familiar e qualificar a saúde em geral”. Assegurou ainda que “a MGF e os cuidados de saúde primários são considerados pelo atual ministério a base do sistema e isso fará toda a diferença”.
Incidência da tuberculose no Porto e Lisboa é o dobro do resto do país
O Porto e Lisboa têm o dobro da incidência nacional de tuberculose, afirmou Raquel Duarte, adjunta do diretor do Programa Nacional para o VIH/TB, para a área da tuberculose. Claramente, “é necessário definir estratégias diferentes para os grandes centros urbanos”.
Outro dado importante diz respeito ao facto de “cada vez mais existirem comorbilidades associadas à tuberculose”. É nessa população mais envelhecida, e nos doentes com VIH, que a mortalidade por tuberculose atinge valores superiores.
A infeção por VIH foi o fator que mais impacto teve no aumento da tuberculose no nosso país. Mas não foi o único. Olhando para os fatores sociais, Raquel Duarte assinalou que “o desemprego esteve, no passado, fortemente ligado à tuberculose, e também o número de médicos. Quanto mais médicos nós tivermos, menos tuberculose existe”. A acessibilidade aos cuidados de saúde é fundamental: “o melhor método preventivo que conhecemos é o diagnóstico precoce”, afirmou.