Programa de Formação AAP 2016 – LiveMed/APMGF
A segunda e terceira sessões do Programa de Formação AAP 2016 – Atualização em Medicina Geral e Familiar (MGF) – realizadas no nosso país decorreram em Lisboa e Coimbra, acolhendo aproximadamente 110 e 100 inscritos, respetivamente. A iniciativa, promovida pela LiveMed Iberia em parceria com a Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF), voltou a abordar sete temáticas chave para a consulta do médico de família: DPOC, LUTS/HBP, anti-coagulação oral, ansiedade, hepatite C, abordagem ao doente crónico com síndrome do intestino irritável e novas abordagens no tratamento da diabetes.
O modelo destas sessões baseia-se num conceito muito prático, com a discussão de vários casos clínicos descritos por peritos em cada uma das áreas, sendo os participantes convidados a votarem (através de plataforma eletrónica) em questões fundamentais para a resolução de cada caso. No final dos segmentos temáticos, perguntas formuladas pela audiência e recolhidas pelos assistentes de sala são apresentadas pelo moderador ao especialista convidado. Este figurino formativo – que tem conhecido um enorme sucesso em Espanha nos últimos anos – chega agora a Portugal e conta com o apoio científico e orientação da APMGF.
De acordo com Nuno Jacinto, coordenador das duas sessões, o facto de os participantes poderem formular perguntas aos especialistas sem se exporem é porventura um dos grandes trunfos do Programa AAP, na medida em que tal processo permite potenciar os esclarecimentos e evitar que os mais “acanhados” se retraiam, algo que muitas vezes acontece em workshop e congressos tradicionais: “em Portugal, temos alguma timidez ou vergonha de formular perguntas. A circunstância de nestas sessões termos a possibilidade de construir por escrito e de forma anónima perguntas, que sabemos que chegarão aos especialistas e que serão respondidas, acaba por ser algo de muito positivo. Temos percebido, aliás, que esta opção resulta num maior número de perguntas pertinentes a serem apresentadas à audiência”.
Vanessa Vilas Boas (urologista do Hospital de Vila Franca de Xira), uma das preletoras convidadas para a sessão de Lisboa, considera esta proposta formativa como indispensável: “finalmente chegou a Portugal este programa de formação, que é fabuloso. Todos conhecemos a enorme carga a que estão sujeitos os colegas da MGF hoje em dia, não só para fazer face às necessidades da população, mas também para manter uma atualização constante em todas as áreas clínicas, o que representa um trabalho exaustivo. Penso que este formato vem ao encontro dos desejos destes colegas, na medida em que num só dia conseguem ter acesso, de um modo exequível, a uma súmula de novas alterações nas terapêuticas e na abordagem aos doentes”.
Já Manuel García Abad, diretor-geral da LiveMed Iberia, garante que a resposta dos médicos de família a este figurino formativo é universal: “os médicos sentem, independentemente do país onde exercem, a necessidade de atualização de conhecimentos e quer em Portugal, quer em Espanha, encontrei a mesma boa reação que foi detetada nos EUA e na América Latina, espaços onde este modelo formativo foi experimentado pela primeira vez. Na realidade, trata-se de um programa que tem utilidade na prática imediata das consultas e nestas primeiras duas sessões que realizámos em Portugal (no Porto e em Lisboa), verificámos que os participantes acompanham os trabalhos com muito interesse e que surgem muitas questões, um claro sinal da existência de dúvidas sobre as matérias clínicas abordadas, que precisavam de ser clarificadas”.