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Fórum Médico reuniu parceiros do setor para debater dimensão das listas dos MF

Na sede da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar:

A Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF) organizou nas instalações da sua sede, no passado dia 8 de abril, nova edição do Fórum Médico para os Cuidados de Saúde Primários (CSP), iniciativa para a qual convidou as principais organizações sindicais, reguladoras e sócio-profissionais do setor, com vista a debater questões importantes para o desenvolvimento dos CSP e da Medicina Geral e Familiar (MGF) no nosso país.

No encontro estiveram presentes para além de vários elementos da Direção Nacional e do Departamento de Internos e Jovens Médicos de Família da APMGF, o presidente do Colégio da Especialidade de MGF da Ordem dos Médicos – José Silva Henriques – e dois representantes do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), a saber Fernando Severino (membro do Conselho Nacional do SIM) e Manuel Cura (presidente da Comissão Nacional de MGF do SIM).

Neste Fórum Médico, o principal tema em análise foi a criação de uma nova métrica desenvolvida pela APMGF para a dimensão das listas de utentes, baseada numa renovada forma de cálculo para as unidades ponderadas, que para além da idade passarão também a ser ajustadas ao contexto de exercício, a nível municipal. “A correta dimensão das listas é essencial para assegurar a qualidade do exercício da Medicina Geral e Familiar, que está a ser posta em causa com a situação atual, em que temos listas sobredimensionadas que impedem a prestação de cuidados adequados aos nossos utentes e conduzem os médicos de família à exaustão”, explica Nuno Jacinto, secretário nacional da APMGF.

Para este dirigente, “importa assim apresentar uma solução concreta e fundamentada à tutela, com contributos associativos, sindicais e da Ordem dos Médicos, para que de forma unida e coesa possamos evoluir no sentido de melhorar ainda mais os CSP em Portugal”.

Já Rui Nogueira, presidente da APMGF, sublinha que a rápida adoção do algoritmo de ponderação e ajustamento das listas de utentes que tem vindo a ser aperfeiçoado pela Associação nos últimos anos e que dominou as trocas de impressões neste Fórum Médico teria implicações relevantes, a curto prazo, na melhoria dos cuidados prestados às populações: “a qualidade da prática dos médicos de família depende em grande parte do número de utentes da sua lista e do contexto do exercício clínico. Há colegas em burnout devido ao sobredimensionamento da lista de utentes. Além da defesa dos interesses do doente importa defender o médico e respeitar os mais elementares princípios humanistas (…) Esta nova métrica está desenhada para tentar colmatar, por um lado a excessiva carga de trabalho que alguns contextos de exercício têm representado, e por outro lado, ajudar a ultrapassar a dificuldade em fixar colegas novos em localidades pouco atrativas, unidades de saúde mais carenciadas e contextos sociais mais complexos”.

Na opinião de José Silva Henriques, “O tema abordado no Fórum «Unidades Ponderadas e Ajustadas (UPA)na Dimensão da Lista de Utentes» é um assunto de grande atualidade, pertinente e de uma enorme importância no momento atual do relançamento da reforma dos cuidados de saúde primários. Trabalhar com listas de utentes ponderadas e ajustadas nas unidades de saúde de Medicina Geral e Familiar (MGF) é o caminho que deve ser trilhado. Com listas de utentes ponderadas e ajustadas, os utentes têm a garantia de qualidade e segurança dos cuidados prestados e os médicos de família a garantia de qualidade do ato médico. Desta forma, pensamos que é uma matéria que tem de ser resolvida, já!”.

O presidente do Colégio de MGF reitera “a grande importância deste tipo de iniciativas, pois abordam matérias da relevância do tema proposto para debate com as principais organizações representantes da MGF, debate que foi muito profícuo, pois o prestígio do exercício da especialidade de MGF deve ser defendido”.

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