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Iniciativa comprova que os internos – e a sua energia – representam o futuro da especialidade

I Jornadas do Internato de MGF da ARSLVT

Decorreram entre os dias 24 e 25 de outubro as I Jornadas do Internato de Medicina Geral e Familiar (MGF) da ARSLVT, que reuniram em Sintra mais de 600 participantes, sobretudo internos da especialidade e orientadores de formação, provenientes dos 15 ACeS da região de LVT.
 
De acordo com a coordenadora do Internato de MGF da ARSLVT, Isabel Pereira dos Santos, os 276 resumos submetidos para discussão ou a riqueza dos temas em cima da mesa durante os dois dias (análise do novo modelo de avaliação final do internato, o futuro do internato de MGF, o envelhecimento populacional e os seus desafios ou a promoção da saúde mental, entre muitos outros) não são os aspetos mais surpreendentes destas jornadas: “ o que é mais surpreendente é a energia e a capacidade de organização destes jovens internos que estiveram envolvidos na comissão organizadora do evento. Na véspera da abertura dos trabalhos, já a noite ia bem alta e 42 jovens internos estavam no Centro Olga Cadaval, embrenhados na tarefa de apurar os últimos detalhes. É uma prova de que estes internos representam bem o futuro da nossa especialidade e trata-se de uma excelente prova para eles, uma vez que lhes permitirá desenvolver competências de organização que poderão aplicar em modelos futuros de organização de trabalho e de prestação de cuidados, sejam eles unidades de saúde familiar ou outros que venham a surgir”. A responsável sublinhou ainda a “enorme demonstração de dinâmica dada por todos os profissionais do ACeS de Sintra” que ajudaram a concretizar estas I Jornadas do Internato de MGF da ARSLVT.
 
Já Luís Pisco, vice-presidente da ARSLVT, frisou “a enorme qualidade organizativa”, para mais num tempo que apelidou de «vacas magras», quando está barrado o apoio da indústria farmacêutica para este tipo de iniciativas de atualização técnico-científica realizadas no âmbito da ARSLVT. Luís Pisco confirmou mesmo que o futuro das jornadas terá de passar por este figurino «low cost», suportado em apoios de outra índole.
 
Por outro lado, o vice-presidente da ARSLVT destacou a circunstância de recentemente o ministro da saúde ter anunciado a construção de 34 novas unidades dos CSP, sendo que 24 destes centros de saúde edificados de raiz estão projetados para a região de LVT. “Trata-se de uma ótima notícia, já que muitos de vós poderão vir a trabalhar nestas novas unidades”, acrescentou Luís Pisco. O dirigente não escondeu que se espera muito destes jovens internos, reforçando as características que no seu entender deverão manter para dar o melhor contributo ao SNS: capacidade de aprender, capacidade de influenciar, resiliência, pensamento sistémico e criatividade.
 
Para o sucesso destas jornadas muito contribuíram várias instituições do setor, entre as quais a APMGF, que cedeu a plataforma para a submissão de trabalhos e diversos materiais formativos. Na abertura dos trabalhos, o vice-presidente da APMGF, Jorge Brandão, garantiu que a Associação está muito orgulhosa por ver novas gerações de profissionais a integrarem-se na especialidade e lembrou as oportunidades que os jovens internos da ARSLVT podem ter na companhia da APMGF. Não só a participação em ações de formação cruciais, como o Encontro Nacional, o Congresso Nacional, as jornadas regionais, as escolas da APMGF ou o Programa AAP LiveMed, mas também o crescimento pessoal e profissional adquirido com a adesão aos grupos de estudo da APMGF ou a participação ativa em iniciativas do Movimento Vasco da Gama e das várias estruturas da WONCA.
 
Sara Costa, membro da Comissão Organizadora destas jornadas, salientou por sua vez o longo caminho que teve de ser trilhado por um elevado número de internos e orientadores, para que um evento com este nível se tornasse realidade. Apesar de todo o trabalho adicional, valeram a pena o investimento e o esforço, até porque segundo Sara Costa estes momentos formativos são fundamentais para a consolidação da qualidade do próprio sistema de saúde: “a melhoria da prestação de cuidados aos doentes também depende da melhoria da formação dos profissionais”.

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