Miguel Julião defende tese na área dos cuidados paliativos
O médico de família Miguel Julião, do Centro Clínico da Fundação Champalimaud (Cuidados Paliativos) e membro da equipa editorial da Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (RPMGF), prestou a 14 de julho provas de doutoramento em Ciências e Tecnologias da Saúde na Aula Magna da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, com a defesa da tese sobre “eficácia da terapia da dignidade no sofrimento psicossocial de doentes em fim de vida seguidos em cuidados paliativos: ensaio clínico aleatorizado e controlado”.
O júri, presidido pelo Prof. Doutor Rui Vitorino, presidente do conselho científico da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, foi constituído pelo Prof. Doutor Carlos Centeno, da Faculdade de Medicina da Universidade de Navarra, Prof. Doutor Ferraz Gonçalves, da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, Prof. Doutor António Parreira, da Faculdade de Medicina da Universidade Nova de Lisboa, e ainda os Prof. Doutores António Barbosa, Daniel Sampaio, António Vaz Carneiro e Armando Brito de Sá, da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.
O trabalho de investigação realizado pelo agora Prof. Doutor Miguel Julião incidiu sobre uma amostra de 80 pessoas internadas na Unidade de Cuidados Paliativos S. Bento de Menni (Casa de Saúde da Idanha).
Neste ensaio clínico de Fase II, o investigador encontrou níveis de depressão da ordem dos 75%, 40% de sintomas ansiosos, desmoralização em 52,5% dos doentes e desejo de antecipação de morte em 20%. O estudo demonstra que a terapia da dignidade, em doentes com elevado sofrimento psicossocial em cuidados paliativos melhora a qualidade de vida dos doentes. Nomeadamente, a investigação aponta para uma diminuição estatística relevante ao nível da depressão, ansiedade e desmoralização. Após a intervenção, a prevalência do desejo de antecipação de morte baixou para 0%.