Após morte de doente que aguardava intervenção:
A morte de um doente no Hospital de S. José (Lisboa) após suposto adiamento de intervenção urgente na área da neurocirurgia, deu origem desde já a um novo planeamento do atendimento urgente na área metropolitana de Lisboa.
Em comunicado enviado aos meios de comunicação social, o Ministério da Saúde (MS) explica que após reunião que juntou o ministro da Saúde, os seus secretários de Estado, o coordenador nacional da Reforma do Serviço Nacional de Saúde para a área hospitalar, o presidente do Conselho Diretivo da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) e os presidentes dos Conselhos de Administração e diretores clínicos dos cinco maiores hospitais da Área Metropolitana de Lisboa, ficou decidida a implementação de um novo modelo organizacional de “Urgência Metropolitana de Lisboa” (UML).
A mesma nota oficial garante que “foi decidida a constituição de um Grupo Coordenador da UML, liderado pelos diretores clínicos das cinco instituições hospitalares, acompanhado pela ARSLVT e pelo coordenador nacional para a Reforma do Serviço Nacional de Saúde, na área hospitalar, destinado a avaliar os constrangimentos existentes e a preparar as soluções para as disfunções identificadas”.
Assim, os trabalhos do referido Grupo Coordenador “iniciar-se-ão de imediato, dando prioridade às especialidades em que se verificam maiores dificuldades devendo as medidas começar a ser aplicadas a partir de 1 de fevereiro de 2016”.
Responsáveis hospitalares e do MS devem comparecer na AR
Na sequência deste caso, o grupo parlamentar do Partido Comunista Português (PCP) na Assembleia da República (AR) apresentou um Projeto de Resolução (n.º 58/XIII/1ª), o qual recomenda ao Governo a realização da identificação das consequências dos cortes no Serviço Nacional de Saúde efetuados pelo anterior executivo PSD/CDS-PP.
Os deputados comunistas esperam, assim, que a AR recomende ao executivo que “proceda à identificação, em todas as áreas, das consequências das políticas de desinvestimento público e de sucessivos cortes orçamentais, no financiamento e no investimento público, no funcionamento dos estabelecimentos públicos de saúde que integram o Serviço Nacional de Saúde, nos profissionais de saúde e na prestação de cuidados de saúde aos utentes”.
Em acréscimo, os representantes do PCP na Comissão Parlamentar de Saúde apresentaram um requerimento para que sejam ouvidos naquela comissão – e a propósito dos fundamentos e dos efeitos imediatos do caso da morte do jovem cuja assistência clínica foi protelada – o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, bem como o presidente do Conselho Diretivo da ARSLVT (Luís Cunha Ribeiro), a presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Lisboa Central (Teresa Sustelo) e o presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Lisboa Norte (Carlos das Neves Martins).