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Ministro da Saúde quer epicentro do financiamento do SNS nos CSP

33º Encontro Nacional de MGF

Mais de mil médicos de família e internos da especialidade estão reunidos desde hoje (3 de março) e até sábado no Centro de Congressos do Estoril, no Encontro Nacional de Medicina Geral e Familiar, organizado pela APMGF.

Na sessão de abertura, o presidente da APMGF, Rui Nogueira, salientou a necessidade de “afirmar o Serviço Nacional de Saúde”, bem como “o respeito pelos profissionais e pelos doentes”. Sobre o momento atual, que o dirigente da APMGF considera ser de uma “esperança inquietante”, interrogou-se nomeadamente quanto ao real interesse da tutela no relançamento da reforma dos cuidados de saúde primários, com a criação de uma equipa coordenadora, ou se isso corresponderá tão somente a “uma mera maquilhagem”.

A resposta do titular da pasta da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, foi categórica: “enquanto estiver nestas funções, não haverá maquilhagem nenhuma”.


     


Numa intervenção muito dirigida aos médicos de família mais jovens, cuja presença no 33º Encontro é muito relevante, o ministro salientou que “defender o Serviço Nacional de Saúde não é defender o imobilismo mas ter uma visão progressista e moderna”, acrescentando ter “a maior confiança na Medicina Geral e Familiar” e que tudo fará “para que o peso relativo dos hospitais seja diminuído”.

Relativamente à colocação rápida dos novos médicos de família nas unidades do SNS após a conclusão do Internato, uma preocupação expressa por Rui Nogueira na sua intervenção, Adalberto Campos Fernandes admitiu que os atrasos são, de facto, absurdos, adiantando que até ao próximo dia 15 de março espera ter boas notícias relativamente à resolução desse problema.

A concluir, o responsável da Saúde garantiu que “queremos um Serviço Nacional de Saúde cujo epicentro do financiamento está nos cuidados de saúde primários”.

A sessão de abertura do 33º Encontro Nacional foi precedida pela conferência de Raquel Varela, investigadora do Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa, sobre “A necessidade de cuidados em 2020”.

A coordenadora do Grupo de Estudos do Trabalho e dos Conflitos Sociais, deixou um alerta sobre os riscos da mercantilização da saúde num país onde “47% da população vive abaixo do limiar de pobreza” e defendeu com grande ênfase a participação dos médicos de família, pela sua cultura e visão humanista, na gestão da Saúde.

Ao longo dos três dias do Encontro, e em sete salas em simultâneo, vão ter lugar mais de 200 intervenções sobre temas fulcrais para a Medicina Geral e Familiar, a par da apresentação e discussão de 100 comunicações livres e 140 pósteres.

 

Veja os vídeos do 1º dia do 33º Encontro Nacional:

 

 
 

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