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Presidente da SPN elogia parceria formativa com APMGF

Escola de primavera 2013

A Escola de primavera da APMGF já arrancou no Atlântico Golfe Hotel, com aproximadamente 160 participantes e uma larga multiplicidade de ações de formação.
 
Um das grandes novidades deste ano pretende-se com a organização, pela primeira vez, do curso “Atualização em Neurologia”. Organizado em conjunto com a Sociedade Portuguesa de Neurologia (SPN), conta com a coordenação científica do seu presidente, Vítor Oliveira. Trata-se, na realidade, da concretização de uma parceria ao nível formativo entre as duas entidades, que agora dá os primeiros passos e da qual poderão resultar bons frutos.
 

     

O presidente da SPN explica como surgiu este casamento científico com a APMGF, para o qual augura um futuro produtivo: “temos sentido a necessidade de transmitir aos colegas médicos de família, que estão na primeira linha de tratamento dos doentes, os procedimentos mais corretos, que muitas vezes ficam restringidos à esfera hospitalar. A Neurologia quer comunicar cada vez mais com os colegas da MGF e os médicos de família sentem a necessidade de aprofundar os conhecimentos em Neurologia, na medida em que as solicitações ao nível das patologias e sintomas neurológicos são frequentes na sua prática diária. Daí a SPN ter considerado prioritário o contato estabelecido com a APMGF, de modo a realizar cursos regulares, centrados nas patologias neurológicas e nas formas mais acertadas de avaliar a situação do doente e concretizar uma boa referenciação”.
 
Segundo Vítor Oliveira, esta ação de formação integrada na Escola de primavera é, para todos os efeitos, um enorme sucesso: “foi bom perceber que as inscrições esgotaram rapidamente. Isto traduz, no nosso entender, a vontade sobretudo dos médicos que estão a fazer o seu internato de receberem maior formação no campo da Neurologia. Estas são formações que queremos perpetuar, em conjunto com a APMGF, até porque a Neurologia é muito importante para a prática clínica do médico de família e é fundamental trabalharmos todos pelo mesmo diapasão”.
 
Especificamente sobre o curso, o presidente da SPN sublinhou que o mesmo serve, antes de mais, para “aferir o potencial, limitações e indicações dos meios de diagnóstico no campo neurológico, bem como saber interpretar os resultados dos exames realizados. É um enorme conforto e uma enorme segurança, quer para o MF quer para o doente, quando o especialista de MGF consegue interpretar um complexo exame neurológico e sabe encaminhar devidamente um doente com patologia ou suspeita de patologia neurológica”.
Durante o curso, foram realizadas (via ultrassonografia) simulações de Eco-Doppler Carotídeo/Vertebral e Eco-Doppler Transcraniano, exames de rotina que são indispensáveis para estudar um doente com patologia vascular ou com acentuado risco vascular.
 
Recorrendo ao exemplo da instituição em que trabalha (Centro Hospitalar de Lisboa Norte – Consulta de Neurologia Geral), Vítor Oliveira recorda que muitas vezes os serviços hospitalares não conseguem dar a resposta mais desejada pelos médicos de família: “temos um problema de desequilíbrio entre a oferta e a procura. Parece existir um número cada vez maior de doentes referenciados por parte dos colegas dos centros de saúde, ao mesmo tempo que os recursos humanos associados à Consulta de Neurologia são menores. Obviamente, isto contribui para que a lista de espera aumente. É preciso que os médicos de família contem com uma formação bastante atualizada, para que algumas situações menos complexas possam ser geridas por estes colegas e a referenciação se torne mais eletiva. Hoje em dia, muitos doentes vão à Consulta de Neurologia apenas porque isso transmite maior segurança ao médico de família. Ora, quanto mais familiarizado com a área neurológica estiver, maior é a sua autonomia e o número de casos que resolve sem recorrer ao apoio hospitalar”.

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