Durante o 19º CN:
No dia 26 de setembro, a partir das 14h30, o 19º Congresso Nacional irá acolher um simpósio promovido pela Gilead Sciences e intitulado “Hepatites víricas B e C: rastreio, diagnóstico e tratamento, o que há de novo?”.
Esta sessão será moderada pela jornalista Marina Caldas e terá vários oradores. Liliana Gomes (médica Interna de Saúde Pública no ACES Loures/Odivelas e consultora externa na DGS) fará uma apresentação sobre a “Epidemiologia em Portugal”, enquanto Susete Simões (médica de família na USF Buarcos e membro da Direção Nacional da APMGF) trará uma apresentação subordinada ao tema “Rastreio e diagnóstico – onde estamos?”. Por último, José Presa Ramos (especialista de Medicina Interna e Diretor da Unidade de Hepatologia no Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro – CHTMAD – Vila Real) fará uma comunicação centrada na atualização de noções e conhecimentos relacionados com o tratamento das hepatites víricas B e C.
José Presa Ramos promete partilhar com os colegas uma “resenha histórica daquilo que é o tratamento para a hepatite C. Esta resenha histórica irá começar há 25 anos atrás, com o «velho» interferão, mencionarei o passado muito recente, com todos os medicamentos que antecederam esta nova vaga de fármacos inovadores e, por último, entrarei neste «admirável mundo novo» que é o dos novos tratamentos para a hepatite C”. Segundo aquele perito, a nova vaga de tratamentos abriu portas a uma maior simplificação terapêutica e a uma maior comodidade posológica, colocando de lado os tratamentos injetáveis e obtendo, acima de tudo, resultados de eficácia mais satisfatórios.
Relativamente aos novos fármacos recentemente introduzidos e comparticipados em Portugal para o tratamento da hepatite C, José Presa Ramos não tem dúvidas sobre as suas mais-valias: “atingimos níveis de cura que podem chegar aos 95%. Isto significa passarmos dos 50% de eficácia, patamar que caracterizava os anteriores tratamentos, para uma estratégica terapêutica com algo como o dobro da eficácia. Claro que isto tem um custo financeiro, representa um esforço grande, feito pelo Estado, que financia estes medicamentos. Implica também bons conhecimentos da parte de quem usa estes tratamentos – os hepatologistas clínicos – no sentido de racionalizar a sua utilização e maximizar os seus efeitos. É um admirável mundo novo que se está a abrir e, felizmente, uns largos milhares de doentes em Portugal já podem beneficiar dele”.
MF têm um papel crucial no encaminhamento dos doentes para os centros de tratamento
Nos últimos meses, adensou-se o ruído de fundo em torno dos doentes portugueses com hepatite C e da forma como estavam a ser acompanhados no país, circunstância que acabou por colocar um grande enfoque sobre esta grave doença e lançar sinais de alerta inclusive no seio da comunidade médica.
“A hepatite C entrou na ordem do dia e voltou-se a falar dela. Os doentes sabiam que tinham a patologia mas nunca tinham vindo para os centros de tratamento, pois tinham medo das injeções do interferão. Os colegas da Medicina Geral e Familiar (MGF), que conhecem estes receios, sabendo que existe agora um tratamento por via oral (isento de efeitos laterais), podem aproveitar a oportunidade para dizer aos doentes de longa data que existe uma nova solução, fácil e acessível, nos centros de tratamento. É isso que temos vindo a observar nos últimos tempos”, confirma o especialista do CHTMAD.