35º Encontro Nacional com início auspicioso:
Quem marcou presença no dia inaugural do 35º Encontro Nacional deu o seu tempo por muito bem empregue, ao participar em um mais dos 12 workshops realizados este ano, aos quais se junto o curso educacional sobre Infeção VIH/SIDA e Hepatite C promovido pela Gilead Sciences. No total, foram mais de 350 os formandos inscritos nestas ações, muitas delas desenvolvidas pelos grupos de estudos da APMGF. Assim aconteceu, por exemplo, com o workshop delineado pelo Grupo de Estudos da Sexualidade (GESEX), orientado para a literacia sobre a sexualidade na infância e adolescência. “Escolhemos este tema porque os MF, em geral, têm alguma dificuldade em abordá-lo nas consultas, ora porque não se sentem à-vontade, ora porque julgam não serem capazes de responderem a certas perguntas ou lidar com determinadas inseguranças dos pais. Quisemos, pois, com este workshop melhorar as competências de comunicação dos colegas nesta área”, afirmou Beatriz Figueiredo, uma das dinamizadoras do workshop e membro do GESEX. Durante a formação em causa foram dadas ferramentas de trabalho aos formandos neste campo e no final do workshop os mesmos foram divididos em grupo para uma sessão de role-play, com um interveniente a atuar como médico e outro a simular o papel de jovem, com vista a aplicar os conhecimentos apreendidos durante as apresentações. Para Beatriz Figueiredo, é hoje notório que “muitas crianças e jovens ainda sentem dificuldades em falar destes assuntos na consulta com o MF, face a uma certa mentalidade fechada que vigora em Portugal. Mas cada vez mais surgem dúvidas na consulta sobre a sexualidade, relativamente às quais nós temos de ter capacidade de resolução”.
Mas nem só os grupos de estudos da APMGF se atarefaram nas últimas semanas, a preparar workshops inovadores para este 35º Encontro Nacional. O mesmo sucedeu com o coletivo de clínicos responsável pelo workshop «Avaliação de Literatura Médica», organizado por David Rodrigues, Catarina Viegas Dias, Adriana Rubín e Diogo Silva e focado nas competências de leitura e avaliação crítica de revisões sistemáticas. “A revisão sistemática, ao englobar dados de muitas investigações, é por excelência o estudo que mais informa e melhor serve os MF no terreno. São, de facto, muito mais importantes as revisões sistemáticas do que ensaios clínicos, estudos originais ou estudos mais pequenos. Neste workshop demos algumas dicas para que as pessoas possam ler revisões sistemáticas de uma forma autónoma e decidam por si se confiam, ou não, nos métodos utilizados e resultados obtidos em cada artigo em concreto”, sublinha David Rodrigues, MF na USF Santa Cruz e docente da NOVA Medical School.