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Portugal no top europeu da luta contra o VIH/SIDA

Após apresentação pública de relatório fica patente:

Portugal encontra-se no grupo de países europeus com melhores resultados na luta contra o VIH/SIDA, com um número muito substancial de pessoas com VIH diagnosticadas e doentes em tratamento que deixaram de transmitir a infeção. Esta foi uma das conclusões centrais da apresentação pública do Relatório “Infeção VIH e SIDA – Desafios e Estratégias 2018”.

De facto, o nosso país já cumpriu dois dos três objetivos estabelecidos até 2020 pelo programa das Nações Unidas para o VIH/SIDA – ONUSIDA, familiarizado pela expressão 90/90/90 (90% de pessoas com VIH/SIDA diagnosticadas, 90% dos diagnosticados em tratamento e 90% dos doentes em tratamento com carga viral indetetável). Assim, em Portugal já mais de 90% dos infetados foram identificados e cerca de 90% dos doentes em tratamento atingiram carga viral indetetável. Com esta performance, o país coloca-se ao lado de nações como a Grã-Bretanha, a Irlanda do Norte, a Islândia, a Suécia e a Dinamarca, na prossecução das metas traçadas pela ONUSIDA.

Para o coordenador do Programa de Doenças Transmissíveis da Região Europeia da Organização Mundial de Saúde (OMS Europa), Masoud Dara, Portugal está felizmente em contra-ciclo face ao Velho Continente: “a Região Europeia da OMS é a única onde o número de novas infeções está a subir, mas ao mesmo tempo que isto acontece o número de novos casos em Portugal continua a reduzir-se e isto é um dado importante (…) tenho de congratular o Ministério da Saúde português no que respeita ao cumprimento das metas da ONUSIDA, mas também outros setores do Estado, nomeadamente a Assembleia da República e as forças policiais, porque foram instrumentais na mudança das leis que descriminalizaram o uso de drogas. Da mesma forma, é devida uma palavra aos médicos, enfermeiros e a todos os profissionais que têm trabalhado para conseguirmos alcançar estes excelentes resultados”.

Já na perspetiva de Adalberto Campos Fernandes, as conquistas alcançadas no nosso país são de especial relevância face ao cenário que enfrentámos no passado: “é preciso não esquecer que Portugal partiu de um ponto inicial muito negativo. Ainda hoje, em termos europeus, está a recuperar o tempo perdido e é um país que tem uma prevalência elevada da doença. Contudo, adotámos um conjunto de medidas que tornou o acesso ao diagnóstico e ao tratamento muito mais democrático e fácil”.

Isabel Aldir, diretora do Programa Nacional para a Infeção VIH e SIDA, garantiu aos jornalistas que a terceira meta estabelecida pela ONUSIDA que permanece por atingir entre nós (pelo menos 90% dos doentes diagnosticados em tratamento) está prestes a tornar-se uma realidade, se é que tal já não aconteceu: “de acordo com os dados de que dispomos, já temos perto de 87% dos doentes diagnosticados em tratamento. Falta-nos uma franja de aproximadamente 3000 pessoas que temos de tratar. Todavia, se tivéssemos disponíveis dados atualizados ao dia, porventura iríamos perceber que à data de hoje talvez o objetivo já tenha sido cumprido”.

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