Gerais

Proposta de novo programa de internato será analisada à lupa

No decurso do 17º ENIJMF:

O 17º Encontro Nacional de Internos e Jovens Médicos de Família (ENIJMF) abarcará várias mesas de grande interesse, mas uma em particular concentrará todas as atenções: a sessão sobre o novo programa de internato. É a oportunidade dos presentes poderem debater com representantes da Direção do Colégio de Medicina Geral e Familiar (MGF) da Ordem dos Médicos (OM) a proposta de programa de internato que em breve deverá ser aprovada.

Em março de 2018, foi publicado o novo Regulamento do Internato Médico ao qual se seguirá, tudo o indica, a publicação do novo Programa da Área de Especialização de MGF, até ao final do ano, a tempo de os novos internos de MGF do 1º ano em 2019 já realizarem a sua formação pós-graduada com base nas novas premissas. O documento foi trabalhado, em parceria, pelo Colégio de MGF e pelos coordenadores do internato de MGF das sete regiões de saúde e está neste momento em fase de avaliação por parte do Conselho Nacional da OM, devendo após aprovação ser encaminhado para o Conselho Nacional do Internato Médico. Se tudo correr bem, a 1 de janeiro de 2019 já estará em vigor. O novo programa divide a formação pós-graduada da especialidade em três estágios. O estágio MGF 1 corresponde ao primeiro ano do internato e designa-se por «Fundamentos e Pilares da Especialidade». Já o estágio MGF 2 compreende o segundo e o terceiro ano de internato e terá a designação genérica de «Abrangência, Diversidade e Complexidade da MGF». Será nesta fase que estarão enquadradas as formações clínicas complementares, na área da Saúde Infantil, Saúde Mental, Saúde da Mulher, estágios opcionais, etc. Por último, o estágio MGF 3 decorrerá no quarto e último ano de internato e chama-se «Integração, Gestão da Prática e Governação Clínica e de Saúde». Este período final é dedicado à síntese de conhecimentos e à preparação para a profissão, em pleno exercício.

Victor Ramos, um de dois membros da Direção do Colégio de MGF que participará na sessão da manhã do dia 30 (o seu colega Gonçalo Envia também se disponibilizará para esclarecimentos), sublinha que “o programa reforça a identidade e a especificidade da MGF e estará mais orientado para a aquisição de competências detalhadas. Ou seja, o que contará não é tanto se foram feitos dois meses aqui ou três meses acolá, mas antes o conjunto de objetivos que é necessário atingir”.

No que respeita à dimensão avaliativa, também há mudanças a registar na proposta de novo programa de internato. Assim, no final do primeiro, terceiro e quarto ano do internato deverá decorrer uma prova escrita nacional, igual para todos os internos. A avaliação final do segundo ano poderá variar conforme as indicações das respetivas coordenações regionais do internato. Já relativamente ao exame final do internato, o Colégio de MGF sugere que a prova prática envolva múltiplos casos clínicos e se aproxime o máximo possível da prática real do médico de família. “Não faz muito sentido que se continue a gastar uma hora com um caso clínico, no âmbito desta prova, pelo que propomos que nesse período se discutam pelos menos três situações clínicas distintas”, acrescenta Victor Ramos.

Face a estas alterações na avaliação e a outros aspetos contemplados na proposta, Victor Ramos não tem dúvidas de que o novo programa responde a uma das principais reivindicações dos internos: “julgo que continuarão a existir algumas diferenças na formação, entre coordenações regionais, mas ainda assim muito menos do que no presente. Caminharemos, pois, para uma maior harmonização a nível nacional”.

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