Prescrição Médica Eletrónica – PEM
O bastonário da Ordem dos Médicos (OM) enviou ao Ministério da Saúde e à Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) uma carta com sérias críticas ao desenvolvimento e implementação da Prescrição Médica Eletrónica (PEM). A «gota de água que fez transbordar o copo» parece ter sido a decisão de a SPMS solicitar aos médicos um procedimento informático extra – informar o helpdesk sempre que se regista a falência do sistema informático, de forma a que possa ser gerado um número de código a incluir na versão manual da receita, um procedimento adicional que já foi rejeitado em parecer do Conselho Nacional das Novas Tecnologias da OM.
“Considero que a modernização dos sistemas informáticos devia servir para agilizar e não para comprometer a relação médico-doente e roubar tempo de consulta e não posso deixar de condenar a forma pouco profissional como se está a lidar com um sistema que deveria ser ágil, seguro e eficaz e melhorar a atividade clínica. Este exemplo expõe as fragilidades do sistema e prejudica seriamente o trabalho dos médicos e a relação médico-doente”, explica Miguel Guimarães.
O bastonário acrescenta que “no seguimento desta nova norma, o Colégio de Medicina Geral e Familiar da OM solicitou a minha intervenção para pôr cobro à ingerência danosa no exercício técnico da Medicina por parte dos SPMS. As novas exigências na emissão de receituário vêm complicar um processo burocrático e administrativo já de si excessivo e estão a criar cada vez mais obstáculos à emissão da guia de tratamento e da prescrição médica. São barreiras que só roubam tempo útil à observação do doente”.
Assim, Miguel Guimarães veio através de missiva pedir ao Ministério da Saúde e à SPMS para “retificar tais falhas e eliminar os obstáculos informáticos detetados e reportados, de forma a não comprometer ainda mais a missão dos médicos e a qualidade dos cuidados de saúde”.