Vigilância epidemiológica da gripe e de outros vírus respiratórios
O Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) e a Direção-Geral da Saúde realizaram a 7ª Reunião de Vigilância Epidemiológica da Gripe e de Outros Vírus Respiratórios em Portugal, a qual juntou várias dezenas de profissionais no anfiteatro do INSA, em Lisboa. A reunião foi também acompanhada no Porto, no Centro de Saúde Pública Doutor Gonçalves Ferreira, através de transmissão por videoconferência.
Neste encontro estiveram em destaque matérias como a vigilância dos internamentos por gripe em unidades de cuidados intensivos, o excesso de mortalidade em época com predomínio de influenza B, a efetividade da vacina antigripal em Portugal nos cuidados saúde primários e em doentes hospitalizados ou a caraterização genética do vírus da gripe em 2017/2018.
Segundo Baltazar Nunes, investigador do Departamento de Epidemiologia do INSA, este tipo de reuniões é relevante “porque acabamos sempre por ter épocas diferentes e perfis epidemiológicos diferentes, em função até do setting que se está a estudar, por exemplo os cuidados de saúde primários ou os hospitais”. Ainda de acordo com aquele investigador, na segunda parte da reunião em específico foi possível abordar a vacina da gripe, “que representa sempre uma paixão a nível do estudo do seu impacto e efetividade. Percebemos, mais uma vez, que não dúvidas em relação a um facto; tomar a vacina da gripe resulta num benefício, por comparação a não tomá-la. Podemos afirmar que a efetividade da vacina é mais alta ou mais baixa, desta época para aquela, em função do vírus que circula, do grupo etário, ou da circunstância do individuo ter ou não doenças crónicas, mas a efetividade da vacina nunca foi nula e apresenta um benefício preventivo inegável”.
Baltazar Nunes sublinhou ainda que é importante realizar um esforço para aumentar a cobertura da vacina para o vírus influenza: “temos de reforçar a mensagem do benefício da vacina antigripal, junto da população em geral, dos profissionais de saúde e dos grupos em relação aos quais temos a noção de que a vacina tem maior eficácia”.