Dados do Vacinómetro mostram:
No final de outubro, altura em que foi revelada a primeira avaliação da 9ª edição do Vacinómetro – projeto conjunto da Sociedade Portuguesa de Pneumologia e da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF), com o apoio da Sanofi Pasteur), somente 27,5% dos portugueses com mais de 65 anos de idade já tinham sido vacinados contra a gripe sazonal.
A taxa de vacinação aferida para as pessoas entre os 60 e os 64 anos de idade era de 16,8%, sendo de 23,4% entre os indivíduos portadores de doenças crónicas e de 20,9% entre os profissionais de saúde com contacto direto com doentes.
“Este ano os dados do Vacinómetro estão ligeiramente abaixo dos do ano passado, nomeadamente na população idosa, com mais de 65 anos. No entanto, verificou-se um aumento na taxa de vacinação em pessoas entre os 60 e os 64 anos, o que se pode justificar pelas diferentes ações no âmbito de educação para a saúde graças ao aconselhamento que é prestado à população através dos profissionais de saúde. Quanto à distribuição por género, continua a verificar-se uma tendência de maior adesão à vacinação por parte das mulheres”, explica Ana Barata, médica de família na UCSP Buraca e membro da Direção Nacional da APMGF.
De acordo com a especialista em Medicina Geral e Familiar, “analisando os motivos pelos quais as pessoas se vacinam, o aconselhamento médico continua a ter uma relevância importante, pelo que é necessário que os médicos de família aconselhem os seus utentes para este efeito”. Já no que respeita à vacinação prioritária dos doentes com DPOC, grande novidade nas orientações deste ano, Ana Barata acrescenta que por “ser uma patologia que está a ser diagnosticada mais frequentemente, existe uma maior sensibilização da população para a necessidade de vacinação”.
Neste ano de 2018, verificou-se um adiamento no arranque das campanhas de vacinação em muitos países europeus, entre eles Portugal, face às alterações climáticas e respetivas implicações nas temperaturas médias registadas e na propagação do vírus. Esta transformação não deixou de gerar dificuldades, atesta a médica de família: “a alteração da data de início da época de vacinação gripal pode ter problemas a nível da cobertura, visto que implica diretamente com a organização dos serviços de saúde. Para além disso, também é mais difícil dar a informação à população de quando se inicia a época de vacinação. É necessário antever esta situação, para que os utentes não percam a oportunidade de se vacinarem, o que, em estudos anteriores, revelou ser um importante fator limitante de adesão à vacinação”.