Política de saúde

Importância do estatuto do cuidador foi de novo reforçada na Assembleia da República

Dia Nacional da Pessoa com Esclerose Múltipla

No Dia Nacional da Pessoa com Esclerose Múltipla, a Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla (SPEM), a Associação Nacional de Esclerose Múltipla e a Associação Todos com a Esclerose Múltipla, promoveram na Assembleia da República uma sessão na qual se deram a conhecer histórias na primeira pessoa de doentes com esclerose múltipla (estima-se que sejam cerca de 8 mil em Portugal) e seus cuidadores, através do projeto “Estórias Múltiplas em Debate”. A partir da tertúlia que se seguiu ficou bem patente que para esta patologia, como para muitas outras, é crucial que se avance com a definição de um estatuto do cuidador no nosso país. Segundo Susana Protásio, vice-presidente da SPEM, “quando a doença evolui para uma situação mais incapacitante e problemática, o cuidador torna-se alguém muito importante e durante muitos anos, já que a Esclerose Múltipla atinge quase sempre gente jovem. Por isso mesmo, a definição do estatuto do cuidador é premente, para que estes exerçam a sua função com qualidade e estejam protegidos na sua missão”.

A tertúlia “Estórias Múltiplas em Debate” procurou reunir doentes, cuidadores, profissionais de saúde e representantes do poder político em torno de testemunhos colhidos desde o passado mês de maio e que sumariam muitas das transformações e medidas que deviam ser assumidas na sociedade portuguesa, para resolver questões fundamentais como o acesso facilitado a cuidados de saúde, medicação e consultas por parte dos doentes com esclerose múltipla (EM), a reavaliação dos recursos hospitalares dedicados à EM, as salvaguardadas para os cuidadores informais dos doentes – que são um suporte diário imprescindível para muitas destas pessoas – ou mesmo a melhoria da empregabilidade dos doentes com EM.

Ainda de acordo com Susana Protásio, “nunca é demais perguntar diretamente aos doentes e ao seu entorno quais são os problemas com que vivem diariamente. Ao longo dos 34 anos de existência da SPEM, as coisas têm evoluído, ao nível do SNS, do acesso a novos medicamentos que estão disponíveis, o que não invalida que as pessoas, no dia-a-dia, não enfrentem problemas, que muitas vezes não sabem expor. O que se pretendeu com este projeto foi realizar um conjunto de reuniões, ao longo do país, dando a oportunidade às pessoas de manifestarem as questões mais relevantes que as afetam”. Foram, pois, estes testemunhos que assumiram protagonismo na tertúlia realizada na Assembleia da República, cujo objetivo final foi o de sensibilizar não só a comunidade em geral para esta doença neurológica progressiva que atinge maioritariamente indivíduos jovens, mas também a classe política que, no futuro, pode ajudar a desenvolver estratégias para melhor apoiar os doentes e respetivas famílias.

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