Gerais

Região Centro acolheu 60 futuros médicos de família

Receção aos internos do 1º ano de MGF

Em sessão realizada em Coimbra, 60 internos do 1º ano do internato de Medicina Geral e Familiar (MGF) foram recebidos na Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) pela Coordenação do Internato de MGF do Centro, diretores de internato e orientadores, numa jornada de trabalho e esclarecimento que marcou o início de uma nova etapa profissional.

Rui Nogueira, coordenador do internato de MGF na Região Centro, contextualizou a redução do número de vagas de 2018 para 2019, de quase uma centena para os já referidos 60, recordando que a capacidade formativa dos serviços é limitada, que nos últimos dois anos se havia realizado um esforço excecional e que a tendência será agora a de estabilizar a formação pós-graduada na região numa fasquia mais razoável: “o internato de MGF, quando começou há quase 40 anos, era totalmente hospitalar, mas foi evoluindo e hoje é realizado quase totalmente no centro de saúde. É uma evolução notável, contudo esta capacidade formativa tem limites e não conseguimos continuar a crescer como no passado. Temos de aceitar as limitações que temos nas nossas unidades de saúde e, com os pés assentes na terra, decidimos restringir as vagas este ano, com um decréscimo de perto de 35%, face a 2018. Dito isto, é preciso lembrar que em 2018 e 2017 havíamos crescido muito, já que estes foram anos atípicos”.

O dirigente frisou, ainda, que a redução de vagas está relacionada também com “a adoção de um novo programa de formação, que vai trazer ganhos significativos, mas também alguns constrangimentos, uma vez que nos obrigará a reformular os planos de formação complementar e de estágios”.

Ao perspetivar o trabalho destes internos a médio prazo, Rui Nogueira sublinhou que “não é expectável que nos primeiros dois a três meses façam consultas sem a presença do orientador” e que “não é razoável expor os internos a situações confrangedoras, sobretudo com doentes difíceis”. Aconselhou os jovens médicos, isso sim, a familiarizarem-se durante este período inicial com o sistema de informação existente na sua unidade de referência, de modo a garantir um maior à-vontade no consultório, lá mais para a frente: “é importante impregnarem-se do sistema de informação, para que mais tarde possam, em dois ou três cliques, saber como resolver as questões fundamentais da consulta”.

Rosa Reis Marques, presidente da ARSC, recordou nesta sessão que a essência da MGF é “trabalhar em proximidade e intimidade com os anseios, aspirações, necessidades e expectativas dos indivíduos, famílias e da comunidade como um todo” e “contribuir para um SNS ainda mais efetivo nos seus resultados e cada vez mais ajustado à realidade das populações”. A responsável máxima da ARSC deixou também aos internos do 1º ano do internato de MGF “votos dos maiores êxitos profissionais e dos maiores sucessos pessoais”, salientando em complemento que “trabalhar no SNS é um orgulho, um vez que significa trabalhar em prol das saúde dos portugueses”.

Durante este dia de ambientação, os novos internos tiveram a possibilidade de ficar a conhecer melhor aspetos cruciais da sua formação relacionados, por exemplo, com o regulamento e a organização do Internato Médico, os núcleos de formação, o manual do interno, o plano de estágios e formações obrigatórias e complementares ou o plano individual de formação.

Puderam, também, perceber como serão apoiados por várias estruturas e organizações que passarão a fazer parte do seu quotidiano profissional. Assim, houve lugar a exposições por parte da Comissão de Internos, Centro de Estudos de MGF e APMGF, com os membros da Direção Nacional desta última Tiago Maricoto e Miguel Pereira a revelarem que todos os internos que se façam sócios da APMGF até ao final de janeiro e se inscrevam no 36º Encontro Nacional de MGF poderão participar no evento sem custos de inscrição. Destaque, em paralelo, para as múltiplas atividades promovidas pela Associação que estão ao dispor dos jovens médicos, caso se juntem à APMGF, nomeadamente a participação nos grandes eventos nacionais e regionais de atualização científica de MGF organizados pela Associação, o acesso a publicações de referência, dedicadas à especialidade e aos CSP, a integração em grupos de estudos ou realização de intercâmbios internacionais.

Por fim, uma palavra para o serviço de apoio à investigação e produção científica Clinical Lab, apresentado em Coimbra e desenvolvido em parceria pela CTI e pela Merck, Sharp & Dohme (MSD), com o apoio da Ordem dos Médicos e da APMGF, que oferece um total de 10 horas gratuitas de consultadoria em diversas áreas fundamentais para investigação clínica e que está acessível a todos os médicos de família e internos da especialidade. Raquel Trigueiros, da MSD, explicitou os objetivos do serviço e revelou que até ao presente 100% dos projetos candidatos a consultadoria foram aprovados e que em 70% dos casos as propostas emanaram de internos da especialidade.

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