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Médico de família António Cruz Ferreira finaliza doutoramento com trabalho sobre lesões no rugby de sete

Na Universidade da Beira Interior:

António Cruz Ferreira, especialista de MGF na USF Mealhada e em Medicina Desportiva na Federação Portuguesa de Rugby, concluiu as suas provas de doutoramento na Universidade da Beira Interior. A tese que defendeu intitula-se “Epidemiology of injuries in Portuguese senior male rugby union sevens. Assessment of injury incidence, severity, impact, type and risk factors in the top two tiers of competition and possible strategies for its mitigation”. O júri das provas foi constituído por Themudo Barata, José Carlos Noronha, Joaquim Murta, Luiz Vaz, Taborda Barata (co-orientador da tese), Paulo Serra (presidente do júri), Luiz Miguel Santiago (orientador da tese) e Helena Pereira.

“Nesta tese realizámos não só a primeira revisão sistemática sobre a epidemiologia das lesões no rugby de sete, a nível mundial, como depois realizámos trabalho de campo, com avaliação da taxa de incidência e gravidade das lesões e caracterização das mesmas, no rugby de sete nacional. Posteriormente, realizámos uma conferência onde apresentámos todos estes dados e discutimos resultados e sugestões com agentes da modalidade. Recolhemos a sua informação de retorno sobre o nível de concordância e aceitação dessas mesmas propostas e, mais tarde, elaborámos um documento que enviámos à Federação Portuguesa de Rugby, contendo as nossas recomendações”, avança António Cruz Ferreira.

Nada mais natural para o MF da USF Mealhada do que escolher esta temática para o seu doutoramento, já que se encontra ligado à Medicina Desportiva e a esta modalidade em particular desde há anos: “para além de ser especialista em MGF sou também especialista em Medicina Desportiva e estive sempre ligado ao rugby, primeiro como jogador, depois como médico de clube e atualmente como médico da Federação Portuguesa de Rugby. Por outro lado, o rugby de sete ou «sevens», tem-se tornado uma das modalidades com maior visibilidade a nível internacional, atraindo grande atenção por parte da comunidade científica. Resta dizer que esta variante tem pouca evidência acumulada no que diz respeito à epidemiologia das lesões e à prevenção de lesões desportivas. Para mim e para o meu orientador de tese, o Prof. Luiz Miguel Santiago, a prevenção de lesões é algo de muito importante, pelo que considerámos ser relevante entrar neste campo e avaliar de que maneira podemos intervir, procurando mitigar este peso significativo que têm as lesões desportivas no rugby de sete nacional”. Antes deste trabalho, existia a noção empírica de que as lesões eram frequentes e impactantes no rugby, mas não uma quantificação do problema ou identificação de fatores de risco e potenciais áreas de intervenção.

Este MF reconhece que a conciliação entre as atividades clínica e académica não é fácil, durante todo o processo de doutoramento: “apesar de ter tido a «sorte» de o diretor executivo do meu ACeS me ter concedido o estatuto de trabalhador estudante, a única redução que obtive foi na componente não assistencial, tendo mantido a atividade clínica exatamente igual como anteriormente. Por isso, tive necessidade de realizar todo o trabalho científico e de campo fora do horário normal de trabalho no centro de saúde. Sacrifiquei a minha vida pessoal e familiar e se não tivermos o apoio da família nestes contextos é sempre muito difícil conseguirmos levar os objetivos até ao fim”.

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