Jornadas de MGF de Évora
A 29ª edição das Jornadas de Évora mostrou como o fulgor e a criatividade dos organizadores das mais antigas e ininterruptas jornadas de Medicina Geral e Familiar do país se conserva inalterado, com um programa adaptado às necessidades formativas atuais dos médicos de família e uma atenção especial aos pormenores, que possibilita o regresso a Évora, anos após ano, de um grupo significativo de especialistas em MGF e internos da especialidade. Em 2019, as jornadas contaram com mais de 125 participantes, assim como a apresentação de 11 posters e oito comunicações orais. As principais temáticas abordadas em sessões e conferências envolveram a alimentação infantil, os problemas éticos em fim de vida, a integração da MGF nas comunidades, a prevenção e tratamento da trombose venosa ou o aconselhamento genético em Oncologia. Antes do arranque das jornadas, propriamente dito, teve lugar o muito concorrido curso pré-jornadas sobre o exame objetivo do aparelho musculoesquelético, sob coordenação do especialista Duarte Martelo.
“Verificámos, uma vez mais, este ano um grande dinamismo por parte dos colegas, com muitos internos a apresentarem posters e comunicações orais e jovens a integrarem a comissão organizadora e a participarem ativamente no planeamento das atividades. Vi, também, muitas caras que não conheço, sinal de que nos chegam colegas de outras partes do país que anteriormente nunca tinham passado por este evento”, refere Helena Gonçalves, delegada distrital da APMGF em Évora e membro da comissão organizadora das jornadas.
Com grande interesse foi acolhida a mesa «MGF e as Comunidades”, através da qual os membros da USF da Baixa Cristiano Figueiredo, Sofia Pinto e Sara Ramos tiveram a oportunidade de dar a conhecer os múltiplos projetos que têm vindo a desenvolver no raio de influência da sua unidade, junto de um comunidade multi-étnica marcada por enormes diferenças culturais e de necessidades em saúde. Para Helena Gonçalves, esta sessão foi muito esclarecedora e entusiasmante para a audiência, mesmo que no Alentejo a população servida não seja tão heterogénea: “é verdade que a nossa população não é tão diversificada como a retratada por estes colegas. Mas temos na área das nossas unidades grandes comunidades ciganas, alguma população de origem ucraniana ou chinesa, sem esquecer o advento da migração, que nos fez acolher recentemente muitos migrantes, ou as pessoas que vêm realizar formação pós-graduada na Universidade de Évora. Tudo isto nos motiva desafios em termos de linguagem e transmissão de conselhos. Esta mesa acabou, portanto, por nos dar boas ideias a partir da experiência dos colegas daquela USF, no sentido de nos ajudar a melhorar a nossa prática com estas comunidades”.