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Coletânea de «evidências clínicas» de 2018 contribui para um MF atualizado

36º Encontro Nacional de MGF:

Sessão já indispensável em qualquer Encontro Nacional, as Evidências Clínicas estarão de regresso em março de 2019, em Braga, pouco antes da conferência de encerramento da iniciativa. Desta vez, em número de 10, sumariam o que de mais relevante para a prática clínica do médico de família foi publicado em 2018, num trabalho supervisionado por António Vaz Carneiro, diretor do Centro de Estudos de Medicina Baseada na Evidência (CEMBE) e da Cochrane Portugal. Conheça, em antecipação e por intermédio do próprio Vaz Carneiro, alguns dos estudos e novidades científicas que estarão em destaque.

Entre as principais evidências de 2018 que irá sumariar em Braga, no Encontro Nacional, que estudos e áreas clínicas específicas gostaria de salientar?

As áreas clínicas em que incidem os artigos que iremos apresentar são as seguintes: cardiologia, farmacologia, prevenção CV, polimedicação no idoso, pneumologia, endocrinologia e reumatologia.As três mensagens que nos parecem mais importantes/interessantes dos artigos selecionados, são: um, os sintomas musculares das estatinas são, em grande medida, efeitos nocebo; dois, não há lugar a efetuar um ECG como medida preventiva CV em doentes de baixo risco e três, parece ser necessário repensar os critérios de diagnóstico de pré-diabetes numa perspetiva preventiva das suas complicações.

A sessão sobre as principais evidências clínicas do ano transato é já uma tradição nos Encontros Nacionais, com inegável sucesso. Julga que tal se deve ao facto de num curto espaço de tempo os especialistas de MGF poderem atualizar-se em domínios chave da sua intervenção, sem perderem tempo com literatura irrelevante?

Este é de facto o 11ª ano seguido em que apresentamos as “Evidências de ….”. Trata-se de um evento de grande tradição no Encontro da MGF e revela o interesse que os médicos têm pelos novos dados, provenientes de estudos de alta qualidade relevantes para a sua prática. É claro que 24 artigos por ano (dos quais são selecionados os 10 a apresentar no Encontro) é manifestamente insuficiente para as necessidades em informação de alta qualidade para manutenção do conhecimento em MGF. Mas, como está calculado que o médico de cuidados primários necessite de ler por semana dois artigos de alta qualidade e relevância para se manter atualizado, estamos a chegar lá…

A propósito de literatura relevante e irrelevante e das dificuldades sentidas na atualização cientifica, acredita que gratuitidade no acesso às plataformas digitais “BMJ Best Pratice”, “Cochrane Library”, “DynaMed Plus” e “UptoDate”, resultante do protocolo entre MS e Ordem dos Médicos, terá um impacto positivo a médio prazo na recolha de informação válida, ou a variável tempo (ou falta dele) continuará a ser marcante no quotidiano dos médicos portugueses?

De entre os problemas complexos que um sistema de saúde tem de enfrentar – acesso, financiamento, qualidade dos cuidados, etc. – o da informação de qualidade para suporte da prática clínica é dos mais importantes e relevantes. Com o projeto dos Sistemas de Apoio à Decisão Clínica, na prática esse problema pura e simplesmente desaparece. E a integração destes instrumentos no processo clínico eletrónico facilitará enormemente o acesso a esta informação, dentro de um tempo normal no contacto médico-doente (independentemente dos contextos – consulta, enfermaria, urgência, etc.).


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