Gerais

Workshop e livro prático colocam tema na agenda do 23º Congresso Nacional

Cessação tabágica

A cessação tabágica vai merecer especial atenção no 23º
Congresso Nacional de Medicina Geral e Familiar e 18º Encontro
Nacional de Internos e Jovens Médicos de Família, graças ao
workshop «Crianças, Jovens e Grávidas – Como ajudá-las a
“deixar de fumar”?», programado para a tarde do dia 26 de
setembro. Mas também devido ao lançamento em Évora, no dia 27
(pelas 11h45), da obra «Cessação Tabágica. Nova edição
atualizada e mais completa». Quer o livro (que possui a chancela da
Almedina), quer o workshop, são coordenados por Luís Rebelo, médico
de família com larga experiência na estruturação de consultas de
cessação tabágica.

Relativamente ao
workshop – que terá também como dinamizadoras as especialistas de
MGF Rute Marques e Sibila Amaral e para o qual se pode inscrever aqui
– tem como principal objetivo rever as boas práticas ao nível da
prevenção e controlo do tabagismo entre as crianças, jovens e
mulheres grávidas. “Temos hoje dados que nos dizem que 6,1% das
mães e 11,2% dos pais fumam em casa, tendo filhos no domicílio. Em
acréscimo, 4,5% das mães e 8,3% dos pais fumam no carro. Esta
problemática, dos fumadores passivos ou cativos, é muito importante
e temos de alertar os colegas para a necessidade de aproveitarem
todas as oportunidades de contacto com os seus pacientes para lhes
chamarem a atenção e inquirirem sobre o que se passa nas famílias”,
adianta Luís Rebelo.

O coordenador do
workshop sublinha também, a propósito da segunda grande vertente
desta ação de formação, a prevenção e controlo do tabagismo nas
grávidas, que os médicos de família fazem no presente poucos
registos de intervenções junto de grávidas fumadoras: “estas
intervenções são quase inexistentes, do ponto de vista do registo,
o que representa algo de dramático. Não duvido que os colegas façam
trabalho nesta área, mas atualmente, com as ferramentas de que
dispomos, é nosso dever registar intervenções em grávidas que
fumam, pelo que é fundamental sensibilizar enfermeiros de família e
médicos de família/internos para a relevância de registarem estas
intervenções, que nas grávidas são mais longas e profundas do que
o habitual”.

As estatísticas
mostram que cerca de 50% das fumadoras que engravidam apenas param de
consumir tabaco após confirmada a notícia da gestação e que
depois de terem a criança, metade regressa aos hábitos tabágicos.
Mais, metade deste universo que volta a fumar fá-lo dentro do
período de dois meses após o parto. “Isto comprova-nos que é
fundamental intervir não só durante a gravidez, mas também durante
a revisão do puerpério e na primeira consulta de saúde infantil.
De facto, não podemos deixar cair este assunto, depois de as
grávidas terem o seu bebé”, esclarece Luís Rebelo. Durante o
workshop vão ser apresentados vários casos clínicos, submetidos a
televoto para garantir maior interatividade com os participantes,
terminando a formação com a apresentação de um caso através de
role-playing.

Compêndio que se
assemelha a um «livro de cozinha»

O lançamento do
livro «Cessação Tabágica. Nova edição atualizada e mais
completa», obra que reúne contributos de dezena e meia de autores,
contará com apresentação de Carlos Martins (docente da Faculdade
de Medicina da Universidade do Porto) e do coordenador da obra, bem
como participação especial do autor do prefácio, o presidente da
APMGF Rui Nogueira. Trata-se de uma obra inicialmente publicada em
2012, mas que agora possui novos capítulos e bibliografia
atualizada, sendo também disponibilizada pela Almedina em formato de
eBook. “É um livro de cozinha, no sentido em
que ensina a fazer, a organizar uma consulta de cessação (seja ela
mais dirigida a adolescentes, a doentes psiquiátricos, a populações
desfavorecidas, etc.), apoia médicos e não médicos que estejam
interessados em praticar nesta área muito específica, em
colaboração com os doentes, mas também quem se dedica à formação.
É prático, atual, com casos clínicos e dicas importantes, resumos
e sínteses. De referir, ainda, que este livro congrega informação
científica/clínica com origem em autores que já refletiram muito
sobre esta matéria no seu dia-a dia. Na realidade, todos os autores
são responsáveis por consultas de cessação, acumulando
experiência de muitos anos”, atesta o coordenador da obra.




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