Na Universidade da Beira Interior (UBI)
A
Medicina Geral e Familiar conta com mais um doutorado entre as suas
fileiras, neste caso Tiago Maricoto, médico de família na USF
Aveiro-Aradas e membro da Direção Nacional da APMGF, que concluiu
no dia 23 de setembro último as suas provas de doutoramento na UBI,
defendendo a tese «Inhaler
Technique Performance in Elderly Patients with Asthma and COPD».
O júri das provas foi constituído por Job Van Boven, Luís Alves,
Carlos Robalo Cordeiro, João Fonseca e Jorge dos Santos, tendo a
tese sido orientada por Luís Taborda Barata e Jaime Correia de
Sousa.
O
autor explica que com “o envelhecimento populacional dos países
desenvolvidos e o crescente impacto que as doenças respiratórias
crónicas terão no futuro, torna-se de capital importância que os
Médicos de Família tenham capacidade e ferramentas para gerir e
lidar com estes doentes. Esta tese teve como objetivos gerais avaliar
o impacto da técnica inalatória e do seu ensino personalizado, em
idosos com Asma ou DPOC, bem como identificar os principais
preditores de má performance da técnica inalatória e de acrescido
risco clínico”. Ainda segundo Tiago Maricoto, “tais objetivos
ajudarão a melhorar o conhecimento sobre o perfil destes doentes, de
modo a otimizar a avaliação individualizada na prática clínica.
De acordo com os nossos resultados há grande evidência, atualmente,
de que intervenções educativas com ensino da técnica inalatória
diminuem significativamente o risco de exacerbações nestes doentes.
Por outro lado, a avaliação do risco individual nos idosos deverá
contemplar algumas características, para além da performance da
técnica inalatória propriamente dita, e que assumem capital
relevância na previsão de piores resultados clínicos. São algumas
delas a existência de comorbilidades com impacto no sistema
respiratório, a adesão terapêutica ou mesmo a existência de
défice cognitivo”.
Esta
foi, desde sempre, uma das áreas de maior interesse profissional de
Tiago Maricoto: “durante o internato da especialidade tive a
oportunidade de desenvolver alguma investigação sobre esta matéria
especifica da técnica inalatória. Isso acabou por me despertar o
interesse em procurar fazer algo mais ambicioso, em investigar o tema
mais detalhadamente”. Na perspetiva do novo doutorado, “realizar
um doutoramento requer um grande esforço para conseguir conciliar a
atividade académica de investigação com a atividade clínica. Por
outro lado, o desenvolvimento de uma boa pergunta de investigação e
a sua exequibilidade lançam por si só desafios difíceis de
ultrapassar. No entanto, este percurso é uma excelente oportunidade
para desenvolver conhecimentos sobre a melhor evidência cientifica e
assim contribuir, também, para melhorar a prática clínica da nossa
especialidade”.