Uma semente para o futuro

1º Encontro Anual de Diabetologia da APMGF – Programa

 

O 1º Encontro Anual de Diabetologia da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF), organizado pelo Grupo de Estudos em Diabetologia da APMGF, reuniu nos dias 15 e 16 de novembro mais de 40 participantes na cidade de Coimbra. Em discussão matérias como as determinantes sociais no controlo da diabetes mellitus (DM), a perspetiva 360º sobre a pessoa com DM, as mais recentes abordagens de tratamento da doença ou o papel das equipas de saúde na gestão desta patologia.

“Esta foi uma primeira edição, o que coloca toda uma série de desafios que os eventos já com história e reconhecidos pelas pessoas não têm. Desafios esses que se prendem com a divulgação, com a organização e com capacidade de fazer sentir aos colegas que há aqui um espaço que a MGF deverá ter a responsabilidade de assumir, uma vez que é uma especialidade com obrigações específicas perante as pessoas que sofrem de diabetes, em particular de diabetes de tipo 2. De qualquer forma, era estranho que a MGF ainda não tivesse arrancado com a realização deste tipo de eventos, nomeadamente um encontro mono-temático centrado na área da diabetes”, esclarece Manuel Rodrigues Pereira, membro da comissão científica e organizadora deste encontro e do Grupo de Estudos em Diabetologia da APMGF.

Este responsável sublinha que o 1º Encontro de Diabetologia se fecha “com um balanço muito positivo” e que mostrou ser complementar às ações de formação do Grupo de Estudos em Diabetologia nos eventos major da APMGF, uma vez que permite “aprofundar com mais tempo um pilar da nossa atuação como MF, o acompanhamento e tratamento da DM”. Manuel Rodrigues Pereira defende, em acréscimo, que a iniciativa pioneira deve ser encarada como um primeiro passo numa longa caminhada: “este evento vai ser interpretado no futuro como seminal, uma semente que começa pequena, mas que vai germinar e conhecer um crescimento natural e forte, permanecendo muitos anos na experiência dos MF. Gostaria de pensar que quando me reformar, este evento já estará na quinquagésima edição”.

 

Rosa Gallego merecidamente homenageada

 

A médica de família aposentada Rosa Gallego (atualmente a residir na Holanda), figura incontornável da MGF portuguesa e grande dinamizadora do Grupo de Estudos em Diabetologia durante muitos anos, foi convidada pela organização deste 1º Encontro Anual para moderar duas sessões e recebeu uma justa homenagem da APMGF pelo seu louvável e duradouro trabalho em favor da disseminação de conhecimento científico e melhoria da prática clínica junto dos MF e ao nível da diabetes.

“Fiquei muito sensibilizada pela homenagem que me fizeram, até porque não estava nada à espera que acontecesse. Tinha dito que vinha a Portugal para ajudar na organização, mas sempre com vontade de manter um «low profile». Até porque não mereço que me homenageiem por algo que para mim é, em si, uma bênção. Ou seja, eu é que devo agradecer aos colegas por todo o suporte que deram à ideia de criar um grupo de estudos, para o qual muitos deram o seu contributo”, adiantou Rosa Gallego.

Relembrou, ainda, que “o Grupo de Estudos em Diabetologia tem 25 anos de história” e que lhe apraz o facto de “aquilo que foi iniciado por um excelente grupo de trabalho há duas décadas e meia tenha merecido continuidade e culminado neste 1º Encontro em Diabetologia da APMGF. Fiquei também muito surpresa e agradada com a forma como o grupo de estudos está a dinamizar o interesse neste campo junto das camadas mais jovens”.

Rosa Gallego aplaudiu a vontade do grupo de estudos de fomentar um encontro de regularidade anual, que possibilite mostrar os trabalhos de campo ou de investigação que têm sido feitos nos CSP: “em comparação com o meu tempo, existe hoje muito mais conhecimento sobre esta matéria da diabetes, quer na MGF, quer noutras especialidades como a Endocrinologia. Trata-se de uma doença muito complexa, que exige grandes aptidões para tratar doentes que não são fáceis. Mas também conhecimentos sobre a pessoa que tem diabetes, sobre a terapêutica disponível e sobre as melhores formas de trabalhar em equipa. Tudo isto implica o desenvolvimento de técnicas que temos de apreender, enquanto médicos de família. Por todos estes motivos, faz sentido apostar em formação contínua nesta área”.

 

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