Dia do INSA
O Instituto Nacional de Saúde Doutor
Ricardo Jorge (INSA) comemorou hoje (17 de dezembro) o seu dia, numa
altura em que celebra também 120 anos de existência. Esta foi a
oportunidade escolhida para realizar um debate sobre o papel dos
institutos nacionais de saúde na promoção da saúde, que teve como
principal orador Félix Rosenberg, diretor do Fórum Itaboraí na
Fundação Oswaldo Cruz (Brasil) e coordenador da rede latino
americana de institutos nacionais de saúde pública, para além de
comentários de Graça Freitas (diretora-geral da Saúde), Henrique
Barros (presidente do Conselho Nacional de Saúde), José Robalo
(presidente da ARS do Alentejo) e João Pedro Pimentel (delegado de
saúde regional na ARS do Centro). A efeméride foi escolhida para
marcar o arranque e a inauguração da exposição «Do passado ao
futuro: Genética Humana» e também para uma singela homenagem, em
forma de medalha, a muitos dos colaboradores mais antigos do INSA.
Numa
fase em que se perspetiva a breve trecho uma alteração das
premissas e do escopo de atuação do INSA, fruto de uma nova
orgânica, o presidente do Conselho Diretivo do INSA, Fernando de
Almeida, garantiu nesta jornada de celebração que está orgulhoso
do caminho percorrido, mas que anseia por mais: “temos ambição.
Não porque fica bem, ou para dar nas vistas. Temos ambição porque
existem razões para tal. Contamos com uma equipa de colaboradores
que muitos gostariam de ter, talentos que poucos têm. Temos vontade
de continuar a fazer história, competência, experiência e coração,
mas precisamos de preparar o INSA para novos desafios, promovendo uma
cultura de abertura e pluralidade, recriando a sua especialização,
por forma a contribuir ainda mais para a melhoria da saúde em
Portugal”.
Segundo
Fernando de Almeida, “qualquer alteração significativa da
estrutura do INSA deverá basear-se no resultado de um exercício
cuidadoso, muito pensado e que leve em conta a complexidade das suas
funções essenciais ao serviço do Ministério da Saúde e do país.
Nos últimos anos tem vindo a ser debatida a posição do INSA no
sistema nacional de saúde, no sistema científico e tecnológico e,
subsidiariamente, no ensino superior (…) Apenas pretendemos que o
INSA, revigorado, possa contribuir com maior efetividade e de forma
justa para a saúde dos portugueses e desenvolvimento científico
nacional e internacional. Queremos um INSA fornecedor de inteligência
aos decisores políticos, sem sacrificar a sua autonomia e
fragmentação, mantendo a credibilidade técnica junto da comunidade
científica e da população em geral”.
Já
o secretário de Estado da Saúde, António Sales, defendeu que o
INSA “é uma instituição com futuro”, que acumula “120 anos
de enorme esforço, de entrega à causa pública”. O governante,
que recentemente visitou várias infraestruturas do INSA, diz-se
muito impressionado pela capacidade instalada, projetos em curso e
entusiasmo dos seus colaboradores. António Sales declarou ainda que
estão pela frente “enormes desafios em matéria de saúde”, como
sejam os fenómenos de oposição à ciência e à Medicina, as
epidemias descontroladas, as resistências aos antimicrobianos, a
genética médica, as potencialidades da Medicina personalizada ou os
efeitos das alterações climáticas na saúde, áreas em que o
instituto pode desempenhar um papel fundamental. “O roteiro para
reforma e modernização do INSA está em curso e prevê-se para
muito breve um avaliação internacional e independente sobre o
mesmo”, conclui António Sales, que no futuro espera um INSA “mais
competitivo e modernizado”.