A Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) recebeu 169 novos internos do primeiro ano do internato de Medicina Geral e Familiar (MGF), numa sessão de acolhimento realizada na Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa.
Luís Pisco, presidente do Conselho Diretivo da ARSLVT, desejou a maior sorte aos jovens médicos que agora iniciaram o percurso da especialidade e expressou vontade de contar com os mesmos durante muitas décadas na região de saúde onde existem mais portugueses sem médico de família atribuído: “esperamos que depois de uma formação que é muito boa, comparando quer a nível nacional, quer internacional, todos vós sejam magníficos médicos de família, possam ficar na região e integrar equipas com quem gostam de trabalhar, em centros de saúde com boas condições”.
Este arranque de 2020 marcou também a entrada em funções da nova coordenadora do Internato de MGF em LVT, Cecília Shinn, que nos últimos anos já estava ligada à estrutura da coordenação, enquanto assessora. A atual coordenadora assegura que será feita um reforço das estratégias de desenvolvimento do internato já adotadas pelos anteriores coordenadores, Isabel Santos e Daniel Pinto: “esta é uma linha de continuidade. Em 2014, iniciei funções enquanto diretora de internato com a Prof.ª Isabel Santos e depois permaneci como diretora e assessora com a Prof.ª Isabel e o Dr. Daniel Pinto, ao longo de seis anos de acompanhamento deste processo. As mudanças foram muitas durante este período e os últimos três anos, em particular, foram de intensa reorganização do internato de MGF. O meu objetivo é o de continuar essa reorganização, com foco especial em dois domínios. Por um lado, na disponibilidade crescente das plataformas virtuais e, por outro, na formação dos orientadores e na sua capacitação para melhor formar os futuros médicos de família”.
Em 2020 intensifica-se também a tendência de maior abrangência territorial do Internato de MGF na Região de LVT, como elucida a coordenadora: “antigamente, os internos estavam concentrados sobretudo em poucas unidades de saúde da região metropolitana de Lisboa, mas agora começamos a ter orientadores em outros locais, dispersos no território da ARSLVT”.
Se, num passado não muito longínquo, a região de saúde enfrentava dificuldades sérias para identificar colegas que desejassem receber internos em formação, face ao incremento de médicos em período de formação pós-graduada e ao número crescente de aposentados na MGF, o contexto alterou-se de forma significativa em tempos mais recentes. A coordenadora recorda que de alguns anos a esta parte “existem mais pessoas disponíveis e a candidatarem-se para serem orientadores de formação do que vagas que podem ser oferecidas pela Coordenação, por limitações inerentes aos espaços das unidades de saúde” e que a Coordenação está a trabalhar em parceria com ARSLVT no sentido de “encontrar soluções para dar resposta a esta oferta de orientadores” e “aumentar a capacidade formativa nos próximos anos”.
Entretanto, nos últimos meses a ARSLVT tem feito um esforço redobrado para dotar a estrutura do internato de MGF de recursos humanos que lhe permitam enfrentar o dia-a-dia, em particular ao nível do secretariado. “Tal como na clínica, o secretariado continua a ser o grande Calcanhar de Aquiles na Coordenação, porque simplesmente não temos pessoas suficientes a trabalhar nessa área. Porém, estamos a trabalhar em soluções para contornar o problema”, testemunha Cecília Shinn.