Os dados finais do projeto Vacinómetro (que monitorizou a vacinação contra a gripe sazonal em grupos prioritários durante a época vacinal 2029/2020) revelaram que entre os indivíduos com 65 ou mais anos de idade a cobertura vacinal contra o vírus influenza foi de 76%, uma subida acentuada face aos 65,9% atingidos na época transata. Tal significa que, segundo estes dados, foi atingida a meta preconizada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para o grupo populacional com idade igual ou superior aos 65 anos.
Entre as pessoas portadoras de doença crónica o incremento da vacinação foi ainda mais dramático, com a passagem de uma cobertura vacinal de 55,8% para 72%, ou seja um aumento de 16,2%. Também se verificou uma subida significativa nos vacinados com 60 a 64 anos de idade, com 43,2% deste grupo a realizar a vacinação, versus os 37,3% registados em 2018/2019.
Através da análise dos motivos que levaram as pessoas vacinadas a fazê-lo, foi possível apurar que 61,8% avançaram nesse sentido por recomendação do médico e 95,9% dos vacinados já haviam sido inoculados em outros anos. Um total de 74,7% dos vacinados receberam a vacina gratuitamente no seu centro de saúde, enquanto 23,5% a compraram na farmácia e 1,8% foram vacinados no local de trabalho.
De realçar que na população diabética estudada, 77% dos indivíduos vacinaram-se contra o vírus influenza, sendo que entre estes 88,9% decidiram dar tal passo em resultado de uma recomendação direta do seu médico.
Já entre as grávidas auscultadas, verificou-se que apenas 23,5% das mesmas afirmaram ter sido vacinadas contra a gripe, realidade que demonstra uma franca margem de melhoria a efetivar no futuro. Para mais, quando 50,3% das mulheres grávidas que foram vacinadas afirmaram ter sido esta a primeira vez que receberam a vacina. É importante frisar que 63,7% das mulheres grávidas que não se vacinaram asseguraram não o ter feito porque o seu médico não recomendou essa atitude preventiva.
Na presente época vacinal o número total de vacinas distribuídas no país (nos setores público e privado) foi de 2.053 mil vacinas, cerca de 100 mil a mais do que na época passada. O Vacinómetro é um projeto de monitorização da cobertura vacinal, da responsabilidade da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP) e da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF), com o apoio da Sanofi, desenvolvido pelo 11.º ano consecutivo. Nesta época estiveram envolvidos na amostra do estudo 2851 participantes, residentes em todo o território de Portugal Continental e Regiões Autónomas dos Açores e Madeira.