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População com baixos rendimentos tem fraco acesso a consultas e uso de máscara dificultado

O Barómetro COVID-19 da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) libertou dados adicionais do seu inquérito Opinião Social, os quais comprovam que a crise provocada pela pandemia está a afetar sobretudo os mais pobres entre os portugueses, com uma em cada duas pessoas cujo rendimento mensal é inferior a 650€ a não conseguir obter acesso a uma consulta médica.

O inquérito revela ainda que é no Alentejo (região envelhecida e de menor rendimento per capita) que se verifica a maior proporção de pessoas que não tiveram consulta (71%) seguindo-se a região centro (61%). De entre as pessoas que necessitaram de uma consulta médica durante o período de COVID-19, 73% dos idosos não a tiveram, em comparação com 55% das pessoas com idades entre os 46 e os 65 anos.

Já no que respeita ao acesso a equipamentos de proteção individual, o Barómetro da ENSP atesta que 60% dos inquiridos reportaram sentir dificuldades na aquisição de máscaras protetoras. Os inquiridos com menor rendimento e menor escolaridade são também os que apresentam mais dificuldades neste acesso. Assim, as pessoas que ganham menos de 650€ mensais reportam até quatro vezes mais dificuldade em adquirir máscaras por estas serem demasiado caras. Isto é, cerca de uma em cada duas pessoas nesta categoria de rendimentos reporta sentir tal dificuldade, enquanto que apenas uma em cada dez pessoas com rendimentos superiores a 2000€ sinaliza o problema.

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