O número de doentes internados nos cuidados intensivos com COVID-19 seria três vezes superior, na primeira quinzena de abril, caso não se tivesse concretizado o confinamento imposto pelas autoridades a 19 de março, garantem investigadores da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP), numa análise associada ao Barómetro COVID-19.
Segundo as projeções destes especialistas, sem o período de confinamento, as unidades de cuidados intensivos dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) seriam forçadas a cuidar, entre os dias 1 e 15 de abril, de 748 doentes graves, um valor muito superior aos 229 que efetivamente beneficiaram deste tipo de cuidados durante a referida quinzena. Caso tal tivesse acontecido “as 528 camas de cuidados intensivos de que o SNS dispunha na altura poderiam não ter sido suficientes para atender a todas as necessidades, como aconteceu em Itália e em Espanha”.
Os especialistas referem que “Portugal atuou cedo ao decretar o lockdown quando ainda só tinha registado 62 casos e nenhum óbito”, e que “os portugueses aderiram de forma efetiva às medidas de confinamento decretadas pelas autoridades, reduzindo a sua mobilidade em cerca de 80%”.