Durante a habitual conferência de imprensa de revelação e análise dos números da COVID-19 em Portugal, a ministra da Saúde indicou que a tutela está a considerar fortemente uma participação mais efetiva e contínua das equipas de unidades de saúde familiar (USF) e unidades de cuidados de saúde personalizados (UCSP) nas estruturas residenciais para idosos. “Não tivemos, até muito recentemente, a presença de equipas de saúde familiar, dos cuidados de saúde primários, no interior destas instituições, para além daquilo que é a intervenção da saúde pública, nas suas visitas de rotina, normalmente de dois em dois anos”, explicitou a governante, que agora parece ter pensada uma estratégia diferente.
Assim, de acordo com Marta Temido, embora estas estruturas não façam parte da carteira de serviços das equipas de saúde familiar à data, foi possível ao longo dos últimos meses, em muitos pontos do país, oferecer apoio por parte das equipas de saúde familiar do Serviço Nacional de Saúde, que se revelou fundamental numa fase crítica para utentes e funcionários destas estruturas: “esta foi uma fragilidade que identificámos neste processo e que pretendemos garantir que não sofre um retrocesso”. Para concretizar tal objetivo no futuro, Marta Temido assegura que o Ministério da Saúde vai trabalhar com os seus parceiros no sentido de consolidar o apoio da saúde familiar aos lares e instituições equiparadas já na fase pós-pandemia: “num momento posterior, teremos que avaliar como é que, com outros mecanismos, designadamente negociação com associações representativas dos trabalhadores, este trabalho adicional é também incorporado”.
A ministra recordou que não estava, até ao presente, consagrada nas rotinas dos médicos de família a visita aos seus utentes que estão institucionalizados, adiantando ainda que as administrações regionais de saúde estão já trabalhar para que este panorama se transforme e que “a estrutura de saúde familiar da região onde se situa o lar garanta esse apoio”.