O Movimento #SOSSNS, iniciativa cívica apresentada esta terça-feira (16 de junho) e que conta com o apoio da Ordem dos Médicos (OM) e da Ordem dos Farmacêuticos (OF), avança com dez decisões urgentes para um Serviço Nacional de Saúde (SNS) mais forte e mais preparado na fase posterior à primeira vaga da pandemia, entre as quais atribuir, no espaço de um ano, médico de família aos 700 mil cidadãos que ainda não o têm, ou um programa excecional para recuperar atividade cancelada no SNS e resolver tempos de espera desadequados em todas as especialidades no espaço de um ano.
O movimento sugere, também, que em seis meses se disponibilize acesso gratuito a plataformas digitais de apoio a decisão clínica, formação, literacia e prevenção, para os profissionais de saúde e todos os cidadãos, que durante o mesmo período de tempo se aperfeiçoe a integração entre cuidados de saúde de proximidade e hospitalares, encurtando o tempo de espera de doentes prioritários e evitando idas desnecessárias aos hospitais e que se equipe as unidades de saúde com aplicações móveis para aperfeiçoar e desenvolver a medicina à distância na monitorização e seguimento de doentes crónicos, entre outras medidas.
“Estas medidas centram-se muito naquilo que é a proximidade, nomeadamente em metas que nunca têm sido atingidas e que pensamos ser algo perfeitamente possível de atingir, como por exemplo o facto de todos os cidadãos terem um médico de família”, afirmou aos jornalistas Miguel Guimarães, bastonário da OM, durante a apresentação do movimento.
Já de acordo com Ana Paula Martins, bastonária da OF, estas ideias “há muitos anos que vêm sendo propostas não só pelos profissionais, mas pelas associações de pessoas que vivem com as doenças, por agentes políticos e de forma multo alargada pela sociedade portuguesa, mas tardam em concretizar-se (…) todos sabemos que o impacto da pandemia é e foi grande. Mas sabemos que se o país precisa de retomar na economia, também precisa de retomar na saúde. Não podemos continuar a olhar só para a pandemia…”. A bastonária da OF acrescenta que o “grito de alerta” lançado por este movimento surge no momento certo e que não podia ser adiado, na medida em que “muita gente ficou para trás” durante o tumulto sanitário causado pela COVID-19.