O governo vai manter o estado de calamidade em 19 freguesias de concelhos da Grande Lisboa (incluindo a totalidade das freguesias dos concelhos de Odivelas e Amadora), face ao descontrolo da pandemia nesta área específica do país. Esta decisão resulta de uma reunião entre António Costa e os autarcas dos municípios mais afetados por novos casos de COVID-19 em Lisboa e Vale do Tejo (LVT), Fernando Medina (Lisboa), Basílio Horta (Sintra), Carla Tavares (Amadora), Hugo Martins (Odivelas) e Bernardino Soares (Loures), levada a cabo para ouvir as opiniões dos representantes do poder local sobre as melhores formas de controlar a pandemia na região, que tem acumulado a esmagadora maioria de novos casos sinalizados nas últimas semanas pelas autoridades de saúde pública. O executivo vai também impor nova limitação de ajuntamentos na Grande Lisboa a um máximo de dez pessoas e o encerramento de cafés e bares até às 20h00, excetuando restaurantes.
“Esta foi uma reunião de trabalho muito útil, permitiu localizar com grande rigor o núcleo do problema que se situa em 15 freguesias destes concelhos e nalgumas é possível localizar as áreas residenciais onde há uma incidência particular”, afirmou o primeiro-ministro aos jornalistas após o encontro. A reunião ocorreu num momento em que Portugal regista 1.534 mortes e 39.392 casos desde o que foi reportado o primeiro caso de contaminação pelo novo coronavírus, em 2 de março de 2020, sendo que destes 16.926 registam-se em LVT.
De recordar que recentemente a ministra da Saúde, Marta Temido, reconheceu as dificuldades por parte da tutela em “quebrar as cadeias de transmissão”, em LVT, ainda que “o «R»” seja inferior àquilo que já foi”.