Em comunicado às redações o Infarmed garante que as Ordens dos Médicos e dos Farmacêuticos serão ouvidas acerca dos modelos de dispensa de medicamentos em proximidade, que em breve serão apurados por um grupo de trabalho criado recentemente através de despacho do Gabinete da Secretária de Estado Adjunta e da Saúde. Assim, pode ler-se no referido comunicado que “a elaboração das propostas será um processo participado (…) e terá a intervenção e contributo das ordens dos Farmacêuticos e dos Médicos, das associações de doentes e das demais associações do setor (de farmacêuticos hospitalares, de farmácias, da indústria farmacêutica, de grossistas), bem como de outras unidades hospitalares e unidades locais de saúde que desenvolveram a dispensa de proximidade, designadamente neste período pandémico”.
O Infarmed acrescenta que “o objetivo principal do despacho e da instituição deste grupo (de trabalho) foi o de chamar os hospitais que já vinham a trabalhar em conjunto e que tinham experiência com projetos de dispensa de proximidade – em diferentes modalidades e estádios – a analisar e avaliar conjuntamente essas experiências”.
De recordar que a criação deste grupo de trabalho gerou acesa polémica nos últimos dias, com as Ordens dos Médicos e dos Farmacêuticos a manifestaram, em nota oficial, perplexidade por terem sido excluídas do grupo de trabalho. Ana Paula Martins, bastonária da Ordem dos Farmacêuticos, adiantou inclusive à agência Lusa que as duas ordens estranharam este afastamento sobretudo porque médicos e farmacêuticos estiveram entre aqueles que mais lutaram pelo acesso dos doentes à medicação em período pandémico: “durante o período da pandemia fizeram um esforço absolutamente excecional para garantir que conseguíamos que nenhum doente em Portugal ficasse sem a sua medicação durante o período do confinamento”.
De acordo com o despacho assinado pela Secretária de Estado Adjunta e da Saúde, o grupo de trabalho é constituído por representantes do Infarmed, da Comissão Nacional de Farmácia e Terapêutica, do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Norte, do Centro Hospitalar Universitário de São João, do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, do Instituto Português de Oncologia – Lisboa, do Hospital Garcia de Orta e do Centro Hospitalar Tondela-Viseu.
Quanto aos representantes dos doentes, o despacho refere que “compete ao grupo de trabalho, no âmbito dos trabalhos a desenvolver, a decisão de consultar e envolver as associações representativas do setor, as associações de doentes ou outras entidades que considere relevantes”.