Clínicos revoltados com António Costa face a acusações de cobardia

As declarações de António Costa que apontavam para cobardia demonstrada por parte de médicos dos quadros da Administração Regional de Saúde do Alentejo que trataram de doentes com COVID-19 no Lar da Fundação Maria Inácia Vogado Perdigão Silva (FMIVPS), em Reguengos de Monsaraz, foram recebidas por um coro de protestos na classe médica. A Ordem dos Médicos (OM) apressou-se a solicitar uma reunião de urgência com António Costa – deverá decorrer amanhã, dia 25 de agosto, de manhã – e o seu bastonário, Miguel Guimarães, declarou aos jornalistas esta segunda-feira (dia 24) que não houve nenhuma recusa por parte dos médicos de família do centro de saúde local para tratar os doentes com COVID-19 em Reguengos de Monsaraz: “não houve recusa dos médicos que estavam no centro de saúde, isso tem de ficar claro. Os médicos de família protestaram e, alguns de forma veemente e bem, porque não tinham as condições adequadas para tratar daqueles idosos”.

A OM emitiu também uma nota de imprensa, na qual salienta o facto de que “apesar da falta de condições no lar e no pavilhão para onde mais tarde foram transferidos os doentes, tal como constatado na auditoria realizada, os médicos de família nunca se recusaram a colaborar e continuaram a cuidar e tratar dos idosos doentes, estando o seu trabalho devidamente documentado”.

Já Noel Carrilho, presidente da Federação Nacional dos Médicos (FNAM), considera que “os subterfúgios e jogos de palavras” por parte do poder político para “evitar falar daquilo que é importante, a responsabilidade da tutela, nomeadamente dos ministérios, em relação ao que se passou em Reguengos de Monsaraz é que é inaceitável. A FNAM nunca poderá aceitar que os médicos sejam encarados como bodes expiatórios para uma situação que é estrutural e na qual são os que têm menos culpa, depois de terem dado aquilo que tinham para dar, depois de ajudarem estes doentes”.

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