Ministra avança com possibilidade de incentivos para recuperação de atividade e trabalho com Trace COVID-19

Durante a cerimónia de abertura do 37º Encontro Nacional de MGF, a ministra da Saúde garantiu que conta com todos os médicos e em especial com os médicos de família (MF) para ultrapassar a fase delicada que atravessa o Serviço Nacional de Saúde (SNS), mesmo que tal implique um esforço adicional: “temos consciência das dificuldades que as equipas enfrentam, dos desafios que se colocam no futuro próximo, mas não tenho dúvidas de que em conjunto vamos conseguir ultrapassá-las e garantir melhor acessibilidade. Respostas para coisas simples, como garantir que os doentes que nos procuram por telefone conseguem, efetivamente, contactar-nos, para coisas eventualmente mais complexas, como investir numa carteira de serviços mais alargada (no sentido de reforçar a capacidade para intervenção em situações agudas de menor gravidade), ou para coisas importante como seja o aumento da resolutividade dos cuidados de saúde primários (CSP), através do reforço dos MCDT, ou nas respostas da Saúde Oral, Fisioterapia, Psicologia e Pediatria”.

A governante acrescentou que, no âmbito deste grande esforço global, o executivo pondera tomar medidas para “melhorar as condições de trabalho dos vários profissionais dos CSP, designadamente dos especialistas em MGF, considerando a compensação do trabalho no Trace COVID-19 ou considerando pacotes financeiros adicionais para recuperar atividades de vigilância e de rastreios”.

Marta Temido sublinhou, ainda, que o Plano da Saúde para o Outono/Inverno 2020/2021, divulgado no dia de abertura do Encontro Nacional, “é um exemplo da vontade de manter a prevenção a um nível elevado e garantir todo o nosso foco na preparação das respostas, envolvendo ao mesmo tempo a sociedade portuguesa”. A ministra insistiu que “é objetivo do governo continuar a investir nos CSP, conferindo-lhes maior diferenciação para que eles possam continuar a responder em proximidade às necessidades dos portugueses, em articulação com toda a malha de serviços do SNS”.

Durante a cerimónia de abertura do evento – este ano realizado na esfera digital, face às contingências atuais – Rui Nogueira, presidente da APMGF, assegurou que é fundamental os MF “se prepararem da melhor maneira possível para os próximos meses” e que é possível “contar com eles para o que aí vem, para atuar na defesa da saúde da população e do SNS, assim lhes sejam dados os meios para trabalhar”.

Já Miguel Guimarães, bastonário da Ordem dos Médicos, afirmou de forma perentória que Portugal necessita que os MF se dediquem cada vez mais ao seu core business, para que não se instale outra catástrofe sanitária: “estamos a precisar que os nossos MF façam aquilo que melhor sabem fazer, ao nível das primeiras consultas, do seguimento dos utentes com doenças crónicas, etc.. Neste momento, estes colegas necessitam de mais liberdade para executar as suas funções e não estarem tão presos à COVID-19. Sabemos que a missão que têm em mãos é muito importante para o país, mas era igualmente relevante para o país que pudessem dedicar mais tempo aos seus doentes. Fazer as duas coisas, em simultâneo, é que se revela muito difícil”.

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