Ingressaram, no passado dia 4 de Janeiro, 14 novos médicos no internato de Medicina Geral e Familiar (MGF) da Região do Algarve (mais dois face a 2020). Oito destes profissionais vão realizar a sua formação no Agrupamento de Centros de Saúde (ACeS) Central (três na USF Lauroé em Loulé, um na USF Farol em Faro, dois na USF Ria Formosa em Faro, um na USF Mirante – Olhão – e um na USF Sol Nascente, em Albufeira), dois no ACeS Sotavento (na USF Balsa, em Tavira, e na USF Levante, em Vila Real de Santo António) e quatro no ACeS Barlavento (dois na USF Portas do Arade, em Portimão, um na USF Descobrimentos – Lagos – e um na UCSP de Lagoa). Os novos internos de Medicina Geral e Familiar e de Saúde Pública foram recebidos na sede da ARS Algarve, numa sessão de receção, com a presença da coordenadora do internato de MGF do Algarve, María Gonzalez Mora, da coordenadora do internato de Saúde Pública, Ana Cristina Costa, e da diretora do Departamento de Saúde Pública e Planeamento da ARS Algarve e presidente da Comissão Regional de Internato Médico do Algarve, Ana Cristina Guerreiro.
“A nossa capacidade neste momento é reduzida, não pelo número de orientadores de formação, mas sobretudo pela cada vez menor capacidade formativa do CHUA-Algarve, nos Hospitais de Faro e Portimão. Existem várias especialidades que têm a sua capacidade muito reduzida para receber internos de MGF e, em algumas, nem sequer existe essa capacidade, como é o caso da Dermatologia, situação esta que se arrasta já há mais de dois anos”, explicou-nos María Mora, coordenadora do Internato de MGF na ARS Algarve. Segundo a mesma responsável, a pandemia em 2020 “veio agravar a situação preexistente, como era de esperar. No entanto, graças ao esforço de todos, conseguimos garantir o cumprimento da programação formativa, dando prioridade aos internos do 3º e do 4º ano”.
O ano de 2021 antevê-se ainda mais difícil para o internato de MGF no Algarve, com muitos serviços hospitalares a manifestarem, desde logo, a incapacidade para abrir portas como seria desejável. “Muitos serviços têm a sua capacidade reduzida, recebendo apenas um ou no máximo dois internos de cada vez. Dois serviços hospitalares – Reumatologia e Endocrinologia – advertiram-nos já que não poderão receber internos de MGF, no primeiro semestre e ao longo de todo o ano, respetivamente, uma vez que terão de dar prioridade aos internos de outras especialidades do próprio hospital. Isto exigirá um aumento do esforço na programação anual e teremos que avançar com aquelas formações complementares disponíveis, adiando as mais limitadas. Preocupam-nos neste sentido os internos do atual 3º ano, que serão obrigados em muitos casos a mudar as suas escolhas formativas, ou a realizarem o seu programa noutras regiões do país, se a situação da pandemia assim o permitir”, contextualiza María Mora. Numa nota mais positiva, seis dos orientadores de formação da equipa alargada do Internato de MGF desempenharão este ano essa função pela primeira vez, “sendo esta uma aposta desta Coordenação na tentativa de aumentar as nossas próprias capacidades formativas, pese embora as limitações já referidas”, conclui a coordenadora do internato de MGF no Algarve.