A Comissão de Internos da Região Autónoma da Madeira (CIRAM) vai organizar, em parceria com a Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF) e no âmbito do 19º Encontro Nacional de Internos e Jovens Médicos de Família (ENIJMF), uma mesa redonda dedicada ao tema da «Polimedicação no idoso». Esta sessão decorrerá no dia 21 de abril, a partir das 9h00, contando com moderação de Graciela Camacho (médica de família – MF – no Centro de Saúde do Bom Jesus) e intervenções de Eduardo Nóbrega Rodrigues (MF no Centro de Saúde de Machico) e Miryan Vasconcelos (MF no Centro de Saúde de São Roque).
Esta será uma excelente oportunidade para debater a polimedicação inapropriada, hoje reconhecida como um problema de saúde pública e para o qual existem no presente diversas ferramentas que podem auxiliar na prescrição ou a revisão terapêutica com vista à aplicação de regimes terapêuticos mais eficazes e seguros. João Aveiro Freitas, médico interno de Formação Específica de Medicina Geral e Familiar que integra a CIRAM e participa na organização desta mesa espera que os participantes possam “contar com a exposição da mais recente evidência científica em relação ao tema e com a discussão de casos reais da clínica dos palestrantes e da moderadora. Pessoalmente, gostaria que fossem exploradas técnicas com provas dadas de eficácia no que toca à desprescrição de diferentes tipos de fármacos”.
Para João Freitas, é evidente que “apesar de haver uma crescente consciencialização na área da polimedicação, dos suplementos alimentares e outros adjuvantes não farmacológicos, ainda há muita resistência no que toca à «não medicação», tanto da nossa, do clínico, como da parte dos utentes. Um número significativo destes últimos ainda pensa que se não saírem da consulta com um medicamento para tomar não foram bem atendidos. A medicação é, portanto, ainda vista como um ato clínico essencial que deverá acontecer após qualquer queixa ou sintoma. As escolas médicas também desempenham um papel preponderante e considero que esforços têm sido feitos no sentido de contrariar a tendência da polimedicação e alertar para a prevenção quaternária”.
No que respeita ao contributo ativo de comissões de internos para a realização deste 19º ENIJMF, João Freitas aplaude a mudança: “como membro de uma comissão de internos não podia deixar de concordar e enaltecer a iniciativa, acho que foi uma adição que trará muitos benefícios ao Encontro, assim como uma divisão de tarefas mais eficaz. Conseguimos abranger todo o país nas decisões e escolhas, criando um maior sentimento de pertença e inclusão do qual resultarão, seguramente, trabalhos espetaculares”.