O 19º Encontro Nacional de Internos e Jovens Médicos e Família (ENIJMF) oferecerá aos participantes a oportunidade de integrarem o Workshop Advance Training Contraceção, patrocinado pela Bayer, que será na realidade o Módulo 0 (Noções básicas sobre contraceção) de um curso híbrido de 30 horas com a mesma designação e que se prolongará até novembro deste ano. Em causa está uma ação de formação que integrará seis webinars interativos, uma sessão de hands-on training focada na colocação de dispositivos intrauterinos em modelos, sessões de prática clínica para colocação de dispositivos em utentes com o apoio de mentores, uma sessão para discussão de cenários clínicos e, por último, uma sessão final de certificação.
De referir que o módulo inicial do curso, a ter lugar durante o 19º ENIJMF, contará com a presença das palestrantes Vera Pires da Silva (membro da Direção Nacional da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar – APMGF – e do seu Grupo de Estudos da Saúde da Mulher) e Fátima Palma (presidente da Sociedade Portuguesa da Contracepção – SPDC). É importante salientar que ao inscrever-se neste workshop o participante do 19º ENIJMF está automaticamente inscrito em todo o curso Advance Training Contraceção. De formato inovador, o curso (cujo número máximo de participantes é de 50) foi desenhado em parceria com o Grupo de Estudos da Saúde da Mulher da APMGF e a SPDC, para que o programa refletisse a mais recente evidência e fosse ao encontro das necessidades formativas e realidade dos Cuidados de Saúde Primários.
O médico de família representa a principal fonte de informação sobre contraceção para as mulheres e casais em Portugal. O curso Advance Training sobre Contraceção visa promover a formação dos internos e dos jovens médicos de família nesta área crítica, mas muitas vezes subvalorizada. Com este curso o formando poderá aprofundar e atualizar o seu conhecimento sobre contraceção no geral, assim como iniciar-se na colocação de contraceção intrauterina – um tipo de contraceção extremamente eficaz mas cujo acesso à mesma é altamente dependente da formação e experiência do profissional de saúde no procedimento.
Segundo Vera Pires da Silva, o curso fará uma abordagem teórica geral dos vários métodos contracetivos, permitirá uma revisão de indicações, análise do enquadramento legal e identificar quais os métodos contracetivos que se adequam melhor a cada mulher, fase à qual se seguirá uma componente muito prática: “queremos que as pessoas treinem a colocação de dispositivos intrauterinos não apenas em modelos, mas tenham a oportunidade de treinar com utentes reais, seja nos seus centros de saúde com a supervisão de um colega que tenha essa competência, seja com o apoio de mentores propostos pelo curso. A ideia é que os colegas se sintam mais à-vontade para oferecer este método contracetivo às mulheres da sua lista de utentes”.
Para Fátima Palma, é evidente que “são os cuidados de saúde primários que seguem a grande generalidade das mulheres portuguesas ao nível do planeamento familiar e as aconselham em termos de métodos contracetivos” e, infelizmente, no passado múltiplas gerações de médicos de família não tiveram a possibilidade de ter contacto e treino com vários desses métodos, em particular “a contraceção de longa duração intrauterina”.
De acordo com esta responsável, “desde há muito tempo que a SPDC desejava estreitar a relação com a Medicina Geral e Familiar (MGF)” e faz todo o sentido “começar pelo início da carreira e pelos internos de MGF, não só para incentivar junto deles o gosto pela Saúde Sexual e Reprodutiva, como também para os familiarizar com os diferentes métodos, de modo a que não persistam receios face à colocação da contraceção intrauterina ou dos implantes subcutâneos, ou em qualquer dimensão do aconselhamento contracetivo”. A presidente da SPDC acredita que “caso este curso obtenha o sucesso que todos esperam será seguramente replicado, podendo ser o ponto de partida para que os colegas no futuro aprofundem conhecimentos nesta área”.