O 19º Encontro Nacional de Internos e Jovens Médicos de Família (ENIJMF) arrancou hoje, dia 19 de maio, em paralelo com o Dia Mundial do Médico de Família, em formato on-line e com uma dinâmica intensa de inclusão, patenteada pelos contributos que as comissões de internos de Medicina Geral e Familiar (MGF) de todo o país e muitos jovens colegas deram para a elaboração do programa do evento.
“Este evento é a prova de que os nossos associados estão connosco e unidos. Os números em particular deixam-nos muito felizes: são mais de mil participantes, vamos ter mais de 60 comunicações orais a serem apresentadas e cerca de 120 posters, o que é muito bom para esta altura complexa em que vivemos”, referiu na cerimónia de abertura do Encontro o presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF), Nuno Jacinto. O mesmo dirigente frisa que a APMGF “soube adaptar-se e ajustar o seu modo de funcionamento” às exigências da fase pandémica, circunstância ilustrada pela forma como foi preparado este ENIJMF, com todos os participantes em mesas-redondas, conferências, workshops e demais sessões a interagirem à distância e a concretizarem um objetivo de formação único: um encontro a pensar sobretudo nas necessidades dos mais jovens representantes da MGF.
Nuno Jacinto acredita que o evento permitirá abordar “importantes temas da nossa prática clínica”, dando em simultâneo “a oportunidade aos colegas de apresentarem os trabalhos que têm vindo a preparar nos últimos meses. Tudo numa jornada marcante para especialidade e para os cuidados de saúde primários (CSP), já que se celebra também o Dia Mundial do Médico de Família, “uma coincidência que não é inocente, porque achámos que se tratava do modo ideal de comemorar uma efeméride tão importante para nós”, confirmou o presidente da APMGF.
Para o bastonário da Ordem dos Médicos (OM), “as outras especialidades têm muito a aprender com a evolução que teve durante os últimos anos a MGF, com especial destaque para a área da formação continuada”. Miguel Guimarães lembrou ainda, durante a cerimónia de abertura do ENIJMF, a enorme contribuição que os médicos de família (MF) desempenharam no combate à COVID-19 em 2020 e 2021: “quero deixar um louvor e um agradecimento a todos os MF. De facto, os MF tiveram um papel absolutamente determinante no combate a esta pandemia, infelizmente muitas vezes ignorado. Não nos podemos esquecer que aproximadamente 96% dos doentes com COVID foram seguidos pelos MF e faz-me alguma confusão que apenas os médicos de Medicina Intensiva sejam considerados os grandes heróis deste combate. Na realidade, os MF realizaram aqui um trabalho imenso, que merece ser valorizado”.
António Sales, secretário de Estado Adjunto e da Saúde; avaliou o ENIJMF como “um inestimável contributo ao país e à Medicina” e assegurou que “no âmbito dos CSP é reconhecida a excelência e a qualidade da MGF, que vai para lá da componente técnica, sendo um elemento essencial do afeto e relação de confiança que é estabelecida entre médico e utente”.
O governante reforçou, nesta cerimónia de abertura, que o investimento nos CSP e seus profissionais é uma prioridade para o governo, sublinhando que “o Plano de Recuperação e Resiliência prevê aumentar a resposta dos CSP em 463 milhões de euros, para melhorar o acesso, a qualidade e a eficiência dos cuidados prestados, qualificar as instalações e equipamentos dos centros de saúde e potenciar as respostas de proximidade”.