O 38º Encontro Nacional de Medicina Geral e Familiar (ENMGF), programado para 29 de setembro a 2 de outubro de 2021, na cidade de Braga, adotará um formato híbrido, garantindo a possibilidade de participações presenciais ou on-line. Estão já definidas muitas das temáticas das mesas-redondas da iniciativa, tendo sido escolhidos assuntos tão centrais para a prática do médico de família como o impacto das burocracias na MGF, as atuais experiências de reorganização do funcionamento das unidades motivadas pela pandemia, a investigação em MGF, o sigilo médico, a contratualização em cuidados de saúde primários (CSP), a capacitação do doente crónico e sua literacia em saúde, a Long Covid, as patologias mais frequentes em Otorrinolaringologia ou os cuidados ao idoso frágil.
“Pretendemos que este EN seja o espaço em que finalmente possamos voltar a estar juntos – alguns de forma presencial, outros de forma virtual – mas todos disponíveis para debater ideias, em que possamos apresentar os nossos trabalhos, perceber a realidade em que vivemos neste momento e perspetivar o que se avizinha para os próximos meses e anos e qual o papel da MGF no pós-pandemia”, antevê o presidente da APMGF, a entidade promotora deste 38ºENMGF.
Nuno Jacinto destaca a importância de vários dos motes selecionados para sessões do evento, a começar pela carga burocrática que recai hoje sobre as equipas de saúde familiar, “algo que continua a atormentar os médicos de família ao longo da sua carreira”, mas não deixa de frisar todas as outras ofertas deste EN, como sejam “a apresentação de comunicações orais, ou os interessantes workshops dos nossos grupos de estudos ou de outros colegas que submeteram formações em sala”. O dirigente relembra ainda que este ano o EN contará com mesas-redondas propostas por delegações regionais e distritais da APMGF, uma novidade que “contribui para o nosso esforço de continuar a aproximar a Associação de todos colegas que trabalham nas mais diversas partes do território nacional”. Em acréscimo, a organização prepara duas inovações para Braga, uma Open Meeting APMGF (onde serão debatidas as atividades desenvolvidas e/ou planeadas pela APMGF recentemente e ouvidas as sugestões dos participantes) e uma Feira APMGF, espaço reservado para as diferentes estruturas da Associação (Delegações, Grupos de Estudos, Revista, etc.) e no qual poderão cativar mais colegas para futura adesão às suas ações. “Na linha de aproximação e de integração de todos os sócios no trabalho e objetivos da Associação, queremos nestes dois espaços do EN dar a conhecer o que de bom a APMGF tem vindo a fazer ao longo dos últimos meses e anos e convidar todos os colegas a se juntarem a nós, trazendo propostas para aperfeiçoamento e novos projetos, conseguindo assim melhorar ainda mais a nossa atuação. A comunicação na APMGF é muito importante e, como tal, torna-se imperioso que os colegas saibam em detalhe o que fazemos, o que disponibilizamos para cada um deles e explicar o que podem fazer pela e com a Associação”, explica Nuno Jacinto.
Embora confesse que os órgãos nacionais da APMGF “não têm garantias absolutas” de como se irão reger os eventos científicos no final de setembro, na medida em que “vivemos tempos de grande incerteza”, o presidente da Associação está esperançoso que “com a vacinação – que tem avançado a um ritmo significativo e apenas possível também graças ao esforço dos MF – seja maior a possibilidade de estarmos juntos no final do Verão, obviamente cumprindo regras de distanciamento, testagem e limitação de espaços”. Nuno Jacinto recorda que a APMGF “sempre foi uma organização dinâmica, otimista dentro daquilo que são as balizas do realismo, pelo que considerámos que seria a altura de programar um evento híbrido, permitindo a participação dos colegas de várias formas. Isto não inviabiliza que estejamos atentos à evolução da pandemia e que façamos as devidas adaptações, caso se revelem necessárias”.