38º ENMGF – Intervir em prol do idoso frágil

A 2 de outubro, a partir das 09h45, poderá participar na sessão do 38º Encontro Nacional de Medicina Geral e Familiar intitulada «Cuidados ao idoso frágil», moderada por Carina Ferreira (médica interna na USF do Minho) e com intervenções de Manuel Viana (MF na USF S. João – Porto – e vogal da Direção da Sociedade Portuguesa de Geriatria e Gerontologia – SPGG), Andreia Eiras (MF na USF Rainha D. Amélia e membro do Núcleo Norte do Grupo de Estudos de Saúde do Idoso/Geriatria – GESI – da APMGF) e Paulo Santos (professor do Departamento de Medicina da Comunidade, Informação e Decisão em Saúde da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto e presidente do Colégio de MGF da Ordem dos Médicos).

Na ótica de Manuel Viana, a síndrome de fragilidade é “a expressão mais problemática do envelhecimento da população” e “implica uma vulnerabilidade aumentada a quedas, incapacidade, institucionalização e morte. Mais importante do que a idade cronológica (no BI ou no CC) é a idade biológica – ser robusto ou, pelo contrario, ser frágil!”.

A fragilidade aferida num idoso é, portanto, fundamental na definição das opções terapêuticas do médico de família e o idoso frágil não pode ser tratado da mesma forma que o idoso não frágil. A este propósito, o dirigente da SPGG dá o exemplo da HTA: “o valor preditivo da TA elevada nos idosos frágeis e dependentes ainda é assunto de debate, tal como o facto de se se deve ou não tratar a hipertensão e com que intensidade”.

Manuel Viana sublinha que “os idosos com multiborbilidades/comorbilidades são muitas vezes polimedicados e desproporcionalmente afetados por iatrogenia medicamentosa. Daí a necessidade da desprescrição como um processo de retirada ou redução de um medicamento inadequado (potencialmente lesivo, ou que não é mais necessário), supervisionado por um profissional de saúde e com o objetivo de melhorar a saúde global”.

Já de acordo com Andreia Eiras, por «idoso frágil» deve entender-se “aquele que, pelas suas características de perda de função, recente, incipiente ou pelo fato de possuir fatores de risco, está predisposto a padecer de eventos adversos em saúde que condicionam uma perda de funcionalidade progressiva, podendo culminar na dependência e, em última instância, na morte”. Para esta médica de família, torna-se evidente que a MGF é “a área de Medicina que pelas suas características holísticas, integradoras e longitudinais, se apresenta mais favorável no cuidado em saúde que favoreça um aumento da esperança de vida com bem-estar”. A representante do GESI irá, durante este sessão do Encontro Nacional, “clarificar o conceito, sistematizar e sensibilizar à elevada importância do diagnóstico do «idoso frágil» que todos nós realizamos, muitas das vezes de maneira mais informal, para que, na equipa de família, seja possível otimizar a intervenção na preservação da melhor funcionalidade de cada idoso da nossa lista”.

É importante também mencionar que durante o 38º Encontro Nacional será lançado o Guia de Avaliação Geriátrica, documento elaborado por membros do Núcleo Norte do GESI.

 

Leia Também

Jornadas do GRESP atingem marco histórico com uma dezena de edições

IA na gestão das doenças respiratórias e hesitação vacinal em destaque nas 10ªs Jornadas do GRESP

Inscreva-se no Curso de POCUS em formato b-learning e conquiste maior autonomia profissional!

Recentes