A APMGF vai apoiar e colaborar no futuro ciclo de estudos especiais sobre governação da saúde (clínica e de saúde populacional) desenvolvido pela Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) da Universidade Nova de Lisboa e pela Escola de Saúde e Desenvolvimento Humano da Universidade de Évora (ESDH-UE). Esta formação conta também com o envolvimento da Fundação para a Saúde – Serviço Nacional de Saúde (FSNS) e deverá, numa primeira fase, estar disponível para profissionais com responsabilidades presentes de liderança e direção/coordenação em instituições, serviços e unidades funcionais de saúde integradas nas Administrações Regionais de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo e do Alentejo. A parceria da APMGF com os promotores do curso é o primeiro passo de uma colaboração mais vasta, consubstanciada em protocolo entre a Associação e a ENSP, com vista a dinamizar atividades formativas e científicas de valor inegável para a MGF e para os cuidados de saúde primários portugueses.
“Este será um curso de formação em exercício, para quem tem já responsabilidades de governação clínica e de saúde. Trata-se de um curso multi-profissional, destinado aos membros dos Conselhos Clínicos e de Saúde dos ACeS, mas que envolverá também certamente as direções dos hospitais e de estruturas dos cuidados continuados, por exemplo”, esclarece Victor Ramos, diretor da ESDH-UE e presidente da FSNS. O mesmo responsável adianta que a formação procurará “desenvolver uma cultura, práticas e uma ciência aplicada a matérias de governação da saúde” junto de pessoas com responsabilidades em estruturas de saúde, mas “que não tiveram a oportunidade de receber até hoje educação formal nesta área”.
A organização projeta um curso piloto bastante interativo, presencial, com um limite máximo previsível em torno dos 20 formandos e do qual se poderá extrair experiência útil para replicar em outras formações similares no resto do país. Em princípio, este curso inicial deverá arrancar em setembro deste ano.
Associação e ENSP aproximam-se para incrementar formação de excelência
De acordo com o presidente da APMGF, a Associação vai impulsionar este primeiro ciclo de estudos “através da sua divulgação, bem como do aconselhamento científico e da participação de alguns quadros associativos na própria formação”, com a esperança de que no futuro “se possa repetir a experiência noutros locais do país, como o Norte, o Centro ou o Algarve”. Para Nuno Jacinto, este género de formação é importante, na medida em que “não é muito abordada no percurso formativo dos profissionais de saúde”.
O ciclo de estudos em causa representa somente o arranque de uma relação que se deseja longa e frutuosa entre a APMGF e a ENSP, entidades que têm objetivos análogos, agora defendidos num protocolo abrangente de cooperação, como recorda Nuno Jacinto: “recebemos um contacto inicial da ENSP, através do Prof. Rui Santana, que expressou a vontade de desencadear uma partilha com a APMGF relativamente a pontos comuns ao nível formativo e não só. Foi assim que nasceu este protocolo geral de colaboração, que abarcará todas as atividades, eventos e documentos que possamos criar em conjunto”.
O presidente da APMGF sublinha que “o convite da ENSP foi aceite de imediato e que o protocolo é muito benéfico para ambas as partes. Do nosso lado, APMGF, torna-se evidente que por este meio garantimos acesso a conteúdos de enorme qualidade e damos a possibilidade aos nossos sócios de alcançarem com maior facilidade um leque alargado de formações (sejam cursos, pós-graduações, mestrados ou doutoramentos) com a chancela de uma instituição de ensino superior de grande prestígio”.