Curso de Reumatologia - Escola de Primavera APMGF

Escola de Primavera reúne médicos de todo o país para formação prática em Reumatologia

O curso de Reumatologia promovido pela APMGF entre 18 e 21 de maio na sua Escola de Primavera (que este ano regressou ao formato presencial, no Vimeiro) foi reconhecido pelos participantes como uma ação de formação de enorme valor, pela abrangência de conteúdos, grande interatividade e carácter eminentemente prático, ajustado às necessidades diárias do médico de família (MF). Para Regina Sequeira Carlos, da organização da Escola de Primavera APMGF, “a avaliação desta Escola de Primavera só pode ser muito boa”, sendo que o próprio formador principal sentiu a eficácia e a lógica de uma formação intensiva única, como aquela que é proporcionada pelas Escolas da APMGF: “o Prof. Pereira da Silva foi confrontado com o desafio inédito de concentrar 30 horas de formação num curto espaço de tempo, algo que nunca tinha feito. Mas, no final, ficou surpreendido com o resultado, que considerou extremamente positivo”. Ainda de acordo com Regina Sequeira Carlos, “as dinâmicas que se criam nos cursos em formato presencial das Escolas APMGF são, necessariamente, muito diferentes daquilo que acontece nas formações on-line. Foi ótimo as Escolas terem conservado a continuidade durante a pior fase da pandemia, com o modelo on-line, já que não se perdeu a oportunidade de aprendizagem, mas não há nada que chegue à metodologia presencial, em especial nos cursos que incluem componentes ao nível do exame físico, da discussão de história clínica dos doentes, diagnóstico e terapêutica”.

José António Pereira da Silva, coordenador científico, principal formador do curso e diretor do Serviço de Reumatologia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), admite que enfrentou inicialmente o repto deste curso com alguns receios: “pensei, esta gente vai estourar, ficar cansada e eu também. No entanto, o cansaço do formador depende sempre do grau de entusiasmo dos formandos e quando os formandos demonstram interesse e paixão, os formadores são incansáveis e foi o que se passou também comigo. Assim, a experiência acabou por ser o oposto da minha expetativa. As pessoas estiveram sempre muito empenhadas e conseguimos colocar o debate no contexto mais adequado à prática diária da MGF”. Na perspetiva de Pereira da Silva, para o sucesso do curso também concorreram algumas estratégias implementadas pela equipa de formação, sobretudo “pedir às pessoas que apresentassem os seus objetivos de partida para a formação e que trouxessem casos clínicos selecionados da sua prática”. Na ótica do reumatologista do CHUC, o curso beneficiou também da circunstância de não estar focado em módulos estanques, relacionados com esta ou aquela patologia e analisados numa ordem sequencial, mas antes construído em torno de situações tipo com que o MF se depara no dia a dia: “julgo que o mais benéfico numa formação orientada para a MGF é poder falar não de patologias, mas sim de problemas tipificados. Ou seja, lidar com o doente que vem à consulta com lombalgia, ou com dor nas mãos, pensar em quadros nosológicos, em grandes tipos de problemas clínicos e depois refletir sobre como os podemos descascar, retirar as camadas até percebermos exatamente o que o doente tem e o que devemos fazer com ele”.

Formandos saem revigorados – e mais preparados – do Vimeiro

“A experiência foi positiva e o curso muito prático, com destaque para o treino do exame objetivo. Na realidade, foi muito bom regressar aos cursos presenciais”, enfatiza a formanda Sofia Ribeiro, da Unidade de Saúde Familiar (USF) Fernão Ferrão +.

Carla Lopes, interna de MGF na USF Santa Maria de Tomar, mostrou-se convicta de que os três objetivos iniciais que traçou para o curso, a convite da organização, foram cumpridos na íntegra e acredita que embora a formação de quatro dias fosse compactada, não lhe drenou a energia, bem pelo contrário: “o tempo foi muito bem passado e não senti que a formação fosse demasiado intensa. Por outro lado – e estando no início do meu internato de MGF– contar com uma formação ancorada em casos clínicos e exemplos práticos faz total sentido, já que que a recordação destas situações será muito útil na minha prática”.

Marco André Oliveira, frequentador habitual das Escolas da APMGF, frisa que foi “igualmente importante no curso o aconselhamento prático relativamente à referenciação para Reumatologia. Isto é, através do exame objetivo e dos efeitos clínicos das doenças, identificar as situações que carecem de uma referenciação célere e atempada para a Reumatologia hospitalar, de forma a ajudar estes doentes de um modo adequado às suas necessidades”. Para o médico da Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP) Oliveira do Hospital, os doentes reumatológicos são, regra geral, “doentes complexos, que precisam de um acompanhamento especializado e muitas vezes diferenciado ao nível hospitalar. A noção que tenho é que, em muitos casos, inicialmente nem os reumatologistas sabem do que se trata e apenas após algumas consultas e exames conseguem ter um diagnóstico preciso”.

Ricardo Costa, da USF João Evangelista dos Lóios (Lisboa) estreou-se este ano nas Escolas da APMGF, com a presença neste curso de Reumatologia. “A sistematização introduzida no curso pelo Prof. Pereira da Silva ajudou a tornar as coisas mais intuitivas e a existência de um dia muito prático, durante a formação, também se revelou crucial. Foi possível rever o exame reumatológico geral e depois ter partes direcionadas a cada segmento músculo esquelético, com enfoque em aspetos importantes a despistar”, confirmou Ricardo Costa. O médico da USF João Evangelista dos Lóios lembra, ainda, que os quase quatro dias de formação intensiva “permitem abrir um espaço na nossa formação para este tipo de patologias que nem no nosso curso base está presente. Foi, sem dúvida, o curso mais aprofundado na área de que pude beneficiar até hoje”.

Por fim, o impacto desta formação reumatológica na rotina de consultório parece ser entendido pelos formandos como quase imediato, como explica Ricardo Costa: “saio daqui com outra confiança. As avaliações que tenho de fazer, numa base diária, serão agora conduzidas com maior propriedade e conhecimento e serão mais dirigidas ao que realmente interessa”.

 

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