Vigília em Viseu contra o baixo número de vagas para MGF

No dia 30 de junho, pelas 18h00, irá realizar-se uma vigília em Viseu, na Praça da República (Rossio), promovida pela Comissão de Internos de MGF da Zona Centro (CIMGFZC), com o apoio da comunidade médica local e de muitos utentes dos serviços de saúde. O objetivo desta ação é o de, perante o número diminuto de vagas para colocação de novos especialistas em MGF na Região Centro aberto pelo último concurso, mostrar a perplexidade e o desagrado dos especialistas e internos face a esta situação, que deixará o centro do país ainda mais carenciado relativamente ao número de utentes sem médico de família (MF).

Inês Laia, Interna de Medicina Geral e Familiar (MGF) na USF Viriato, ACeS Dão Lafões e representante dos internos daquele ACeS na CIMGFZC, garante que “a falta de médicos no SNS tem sido muito falada na comunicação social, mas a informação transmitida nem sempre é a mais correta. Estas iniciativas e vigílias são essenciais para sensibilizar a população para a realidade que vivemos, para a luta diária das equipas de família (Médicos, Enfermeiros e Administrativos Técnicos) para tentar assegurar a prestação de cuidados atempada e com a dignidade que os utentes merecem”. Acrescenta, porém, que para salvaguardar a referida dignidade “é preciso haver recursos humanos, algo que não se tem verificado nos últimos anos, particularmente neste último concurso. Sentimos que a população está do nosso lado e sabe que o nosso objetivo é assegurar a prestação de cuidados que os utentes merecem”.

Já a sua colega na CIMGFZC e interna na USF Cândido Figueiredo Márcia Azevedo sublinha o facto de cada vez mais médicos que terminam a especialidade de MGF na Região Centro serem forçados a escolher caminhos para o seu futuro que não passam pelo SNS: “geralmente, os colegas que não são colocados em unidades desta Região rescindem o contrato com o SNS e optam por trabalhar no setor privado, ou tornam-se prestadores de serviço ao SNS (…) Quero frisar que o que pretendemos com esta vigília é alertar que a alocação de vagas e recursos humanos que tem sido feita não responde às necessidades reais dos portugueses, que se mantêm sem MF, apesar da disponibilidade de recém-especialistas”.

Inês Santos Cruz, elemento da Delegação Distrital de Viseu da APMGF, esclarece que a indisponibilidade da tutela para abrir vagas de colocação em número suficiente na área do ACeS Dão Lafões exerce um impacto especialmente forte na capital de distrito: “no caso do nosso ACeS, neste momento, a região mais crítica é a cidade de Viseu, uma vez que 9811 utentes se encontram sem MF”.

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