O novo ministro da Saúde, Manuel Pizarro, já tem a sua equipa ministerial formada, após propostas formais de nomeação de António Costa ao Presidente da República. Assim, Ricardo Mestre ocupará o cargo de secretário de Estado da Saúde e Margarida Tavares o de secretária de Estado da Promoção da Saúde.
Ricardo Mestre foi até à data subdiretor-geral da Direção-Geral da Saúde, sendo licenciado em economia, pelo Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade de Lisboa. Foi também gestor de projeto no Conselho das Finanças Publicas na área da saúde e do Setor Público Empresarial e vogal executivo do conselho diretivo da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS). É especialista em administração hospitalar e pós-graduado em administração de serviços de saúde. Já Margarida Tavares, natural de Vale de Cambra, é coordenadora da Unidade de Doenças Infeciosas Emergentes do Centro Hospitalar Universitário de São João.
Após a sua tomada de posse, Manuel Pizarro afirmou que está consciente das dificuldades do SNS e preocupado com a ausência de meios reportada em muitas regiões: “todos os casos em que há dificuldades de recursos são casos que têm de preocupar quem tem responsabilidades na área da saúde”. O agora empossado governante explicou que nos próximos dias serão nomeados os novos secretários de Estado da pasta e assegurou ainda, relativamente ao novo Estatuto do SNS, que se não se “sentisse confortável, não poderia tomar posse neste lugar”. Já António Gosta garantiu aos meios de comunicação social que Manuel Pizarro “tem todas as condições para prosseguir o programa de Governo” e “as reformas que estão em curso”, bem como “a estratégia de reforço do Serviço Nacional de Saúde”.
Manuel Pizarro, nascido a 2 de fevereiro de 1964, ocupava o cargo de eurodeputado e é o líder da distrital do Partido Socialista no Porto. É licenciado em Medicina e especialista em Medicina Interna. Desempenhou funções enquanto secretário de Estado da Saúde entre 2008 e 2011, fase em que acompanhou de perto a reforma dos cuidados de saúde primários encetada por Correia de Campos.
Segundo o bastonário da Ordem dos Médicos, Manuel Pizarro “tem peso específico para poder, no Conselho de Ministros, dizer aquilo que quer, que é uma coisa importante. Um ministro da Saúde tem que defender a Saúde”. Miguel Guimarães acrescenta que o novo governante “tem mostrado ao longo da sua carreira ser um excelente gestor de recursos humanos”. Lembra, porém, que se António Costa “não der as condições adequadas” a Manuel Pizarro para o devido exercício do cargo “como ele deseja, seguramente, é óbvio que podem acontecer poucas alterações. E nós precisamos com urgência de alterações estruturais ao nível do SNS, precisamos de tornar o SNS mais competitivo, precisamos de melhorar as carreiras médicas e dos outros profissionais, precisamos de melhorar o dia-a-dia das pessoas, que mais médicos optem por ficar no SNS”.
O presidente da APMGF sublinha que a associação representativa dos médicos de família portugueses encara com esperança a etapa que agora se inicia: “desejamos os maiores sucessos ao Dr. Manuel Pizarro nestas novas funções, ansiando que seja capaz de corrigir o rumo que tem sido seguido pela tutela e que conduziu o sistema de saúde português em geral, e o SNS em particular, a uma situação de extrema gravidade”.
Mais ainda, Nuno Jacinto declara que da parte da Associação tudo será feito para manter um espírito construtivo e de diálogo com os novos interlocutores da João Crisóstomo: “a APMGF mostra-se desde já disponível para reunir e colaborar com a nova equipa ministerial, de modo a que possamos construir soluções que permitam aos médicos de família exercer a sua atividade com qualidade e segurança, valorizando e respeitando o seu trabalho. Só assim será possível garantir que cada residente em Portugal tenha ao seu lado um verdadeiro Médico de Família e assim tenha acesso aos cuidados de saúde que precisa e merece”.