A European Union of General Practitioners (UEMO) divulgou publicamente uma carta de apoio à comunidade médica portuguesa, na qual se insurge contra a possibilidade legal aberta pelo governo da contratação de médicos não especialistas para desenvolver trabalho em tudo idêntico ao de especialistas em Medicina Geral e Familiar, inclusive com a opção em aberto de assumirem listas de 1900 utentes.
Na missiva, a organização europeia expressa “sérias preocupações com esta decisão, que parece representar um golpe significativo para a especialidade de Medicina Familiar em Portugal, reconhecida desde há várias décadas. Também aparenta ser desrespeitosa para com todos os antigos e atuais internos de Medicina Geral e Familiar, que se submetem a um programa de internato de quatro anos extremamente rigoroso com vista a se tornarem médicos de família competentes”.
Para a UEMO, medidas como esta não são a resposta que a população nacional reclama, acusando ainda o governo português de falhar na missão de “levar a cabo reformas estruturais profundas muito necessárias ao sistema de saúde, que forçosamente devem incluir uma melhoria das condições de trabalho e remuneratórias dos médicos de família e clínicos de outras especialidades”.