José Augusto Simões, coordenador do Internato de Medicina Geral e Familiar (MGF) na Zona Centro, docente da Universidade da Beira Interior (UBI) e sócio de longa data da APMGF com um papel muito ativo na formação pós-graduada e contínua disponibilizada pela nossa Associação e os seus Grupos de Estudo (nomeadamente em cursos, workshops e Escolas da APMGF), tornou-se num dos raros profissionais oriundo da MGF a concluir com sucesso provas de agregação académica, neste caso na UBI. As provas decorreram nos dias 23 e 24 de novembro, a partir da Reitoria da UBI, com alguns dos membros do júri a participarem por videoconferência. Na realidade, José Augusto Simões passa a ser o quarto médico de família doutorado com provas de agregação, juntando-se aos colegas Alberto Pinto Hespanhol, Luiz Miguel Santiago e Carlos Martins.
O júri das provas foi constituído por Rui Nunes (professor catedrático da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto), António Sarmento (professor catedrático convidado da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto), Carlos Cordeiro (professor catedrático da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra), Helena Cortez Pinto (professora catedrática da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa), Luís Taborda Barata (professor catedrático da UBI) e Miguel Craveiro Sousa (professor catedrático da UBI).
Para além da apreciação e discussão do curriculum vitae do candidato, as provas incluíram também a discussão de um relatório sobre o Grupo de Unidades Curriculares de Medicina Geral e Familiar do Mestrado Integrado em Medicina da UBI e apresentação e discussão do seminário ou lição, subordinada ao tema «Capacitação [Enablement]: Ensino, importância e impacto na Medicina Geral e Familiar».
Na perspetiva de José Augusto Simões, o caminho até à agregação acabou por constituir “uma prova pessoal de que era capaz”, após um desafio lançado por Luiz Miguel Santiago, que o fez sentir que este “era um passo importante para a própria MGF”. No momento de conclusão das provas ficou o “sentimento de dever cumprido”, mas também uma grande satisfação com o trabalho desenvolvido, a performance e o objetivo alcançado. “No fundo, esta agregação é ainda – em certa medida – uma afirmação da disciplina de MGF, o demonstrar que a MGF tem tanta competência, em termos académicos, como as outras áreas médicas, merecendo pois o devido reconhecimento”, acrescenta o docente da UBI.
Ainda de acordo com José Augusto Simões, é previsível que no futuro mais especialistas em MGF possam vir a reforçar o peso da especialidade no seio das universidades nacionais, engrossando as fileiras de professores com agregação, uma vez que “há colegas que optaram em definitivo pela carreira académica, nomeadamente o Prof. Bruno Heleno, na NOVA Medical School e o Prof. Pedro Simões, na UBI. Desejo-lhes as maiores felicidades para atingirem o topo da carreira académica. É importante para a MGF, enquanto disciplina universitária, que haja mais professores com agregação e eventualmente até professores catedráticos (embora esta última categoria não dependa diretamente dos candidatos, mas antes das instituições académicas, que têm de iniciar o processo de concurso). De qualquer modo, tudo isto é o corolário lógico de um percurso muito bom da MGF, que nos permitiu já ter, segundo as minhas contas, 44 médicos de família que concluíram um doutoramento nas diversas universidades portuguesas”.